Arroba do boi bate recorde histórico

Publicado em 25/10/2010 09:18
Esta semana, em negociações pontuais, o preço ultrapassou a casa dos R$ 100; mercado deve se manter firme até o final do ano.
O preço da arroba do boi tem batido a casa dos R$ 100 este mês, alcançando um índice histórico. No meio da semana, segundo informações da Scot Consultoria, de Bebedouro (SP), o preço da arroba a prazo e livre de impostos chegou a R$ 100. Mas em algumas negociações pontuais o boi rompeu o limite dos três dígitos e chegou a fechar em R$ 101,38 na BM&FBovespa. Os valores da Scot são baseados no mercado de São Paulo, que serve de referência para o setor.

""O crescimento regular dos preços indica que o mercado tem espaço real para superar os R$ 100 a arroba"", enfatiza Alex Lopes da Silva, zootecnista e consultor da Scot. Para se ter uma ideia de como o mercado está aquecido, segundo a consultoria somente no mês de outubro a alta acumulada era de 7%. E em todo o ano de 30%.

Esse aquecimento de preços reflete, segundo Silva, a crise do setor de 2004 e 2005, quando a arroba do boi alcançou os piores índices dos últimos 50 anos. "Teve produtor que reduziu o rebanho e começou a abater matrizes", lembra ele. A partir de 2007, o mercado começou a se recuperar, mas por enquanto a oferta de boi ainda está menor que a demanda. "O Brasil está recompondo o rebanho, mas ainda não dá para atender toda a demanda", avalia o consultor.

A estimativa é de que o plantel de bovinos do País some 200 milhões de cabeças de animais. Conforme Silva, o abate de fêmeas tem sido reduzido entre 2% e 3% nos últimos anos, ou seja, o rebanho está sendo retomado.

Até o final do ano o preço deverá se manter firme. Primeiro por conta da queda de número de animais em confinamento e depois porque no último trimestre do ano, principalmente com a entrada de recursos do 13º salário, há um aumento no consumo de carne.

Quem mais ganha com o preço alto da arroba, conforme Silva, é o varejo, pois fica com a maior fatia. "Em alguns cortes chegam a reajustar até 70% em relação ao preço que compram do atacado", frisa o consultor, garantindo que pecuaristas e frigoríficos também podem ganhar neste período de preços gordos.

Por outro lado, quem perde é o consumidor que tem gastado mais para comprar carne de boi. "Mas se está aumentando no varejo é porque o consumidor está comprando", avalia Silva, acrescentando que já tem consumidor mudando o cardápio. Segundo ele, outros setores como o de carne suína e de aves também podem ser favorecidos com a alta da carne bovina.

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Fonte:
Folha de Londrina

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