Confinamento de bovino tem queda de 7% em MT

Publicado em 10/11/2010 08:28
592,83 mil cabeças de gado. Esse é o número de animais confinados em Mato Grosso do Estado em 2010 constatado no 3º levantamento feito pelo IMEA – Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, no período de 1º a 29 de outubro. Isso representa 7,08% abaixo dos números registrados em 2009, com 637,98 mil cabeças. Já em relação aos outros dois levantamentos realizados neste ano, um em março e outro em julho, o número de cabeças confinadas registrou ligeira queda de 0,06%, na comparação com março, e uma alta de 10,21% na comparação com julho.

Para o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat – Luciano Vacari “esta alta de 10,21%, em relação ao último levantamento deve-se a uma recuperação do preço da arroba no mercado futuro, o que contribuiu para tomada de decisão do produtor em confinar, pois ainda dava tempo de preparar o animal, e principalmente a intensa seca e período de queimada que Mato Grosso viveu, onde a produtor tinha uma capacidade de suporte muito pequeno. Assim, visando o mercado futuro ele apostou nessa modalidade”.

Vacari analisa ainda que apesar da alta em relação ao último levantamento, uma boa parte desses 592,83 mil cabeças já morreu, restando pouco mais de 150 mil cabeças para novembro e dezembro. “Isso significa que a restrição de boi gordo continua e assim vai permanecer pelos próximos 3 anos, consequência do abate de fêmeas nos anos de 2006 e 2007”, analisou.

O levantamento feito com 158 propriedades, o que representa 71% do total da amostra de contatos que o instituto possui para este levantamento, mostra que a única macrorregião que obteve incremento no número de animais confinados foi a Médio-Norte, com uma variação positiva de 29,38%. Já as macrorregiões que apresentaram as maiores quedas foram o Norte com recuo de 32,08%, Centro-Sul, com 27,42% e o Noroeste com 13,58%.

Na analise de mercado ao longo do ano, o Imea ressalta que foram observados três cenários distintos. Para o superintendente do Imea, Otávio Celidonio, “no início do ano a expectativa estava relativamente boa, pois a cotação da arroba tinha conseguido sair da casa dos R$ 60,00/@ e vinha em uma tendência forte de alta, puxada pela demanda crescente tanto interna quanto externamente. Entretanto, com o início da entressafra, alguns indicadores e notícias não deixaram os produtores do Estado arriscar”. Ele observa que o preço elevado da reposição e as incertezas em relação a alguns países da União Europeia são exemplos desses indicadores e notícias.

O segundo levantamento foi realizado em julho e apresentado em agosto. Neste período a reposição ainda estava alta e o preço da arroba havia perdido força, devido a alguns fechamentos de plantas no Estado, influenciando negativamente o número de animais confinados. De lá pra cá, o preço voltou a subir em uma intensidade maior do que vista no início do ano, e as notícias sobre a União Europeia não se confirmaram, “ocasionando assim o alívio da queda em relação a 2009 de 15% em agosto para 7% em novembro”, ponderou Celidonio.

As operações de hedge, nas quais os produtores travam o preço da arroba, ainda são relativamente pequenas. Já as operações a termo, que são acordos feitos com os frigoríficos, responderam por 7% e as operações na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F) representaram 12%.

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Fonte: IMEA

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