Vigilância sanitária para além da aftosa

Publicado em 17/01/2011 08:24
A febre aftosa tem dado o que falar há alguns anos no Paraná. Em 2010 foi assunto por conta da tentativa do Estado em se tornar área livre da doença sem vacinação. Sem sucesso, principalmente, pela deficiência de fiscalização nas barreiras sanitárias do Paraná. Mas além das questões que envolvem a febre aftosa, a melhoria da vigilância sanitária é importante para atender todas as cadeias e impulsionar os negócios. ''Precisamos de sanidade e qualidade na produção'', afirma João Paulo Koslovski, presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

Segundo ele, um dos pedidos do setor é a criação do órgão de Defesa Agropecuária, responsável por controlar todas as questões que envolvem a sanidade do setor. ''Temos que ter muita responsabilidade nessa área, pois medidas fortes de controle sanitário valorizam nosso produto'', afirma Koslovski.

E a responsabilidade da nova administração é grande se for observado que as exportações do agronegócio do Estado crescem ano a ano. Dados da Ocepar dão conta de que em 2009, somente as cooperativas foram responsáveis por movimentar US$ 1,450 bilhão. Em 2010, a exportação cresceu e a expectativa da organização é ter fechado o período com um volume de exportação de US$ 1,7 bilhão.

O presidente da Sociedade Rural do Paraná, Gustavo Andrade e Lopes, afirma que o momento pede a criação desse órgão de vigilância sanitária para trabalhar especificamente em prol do setor. Quanto à transformação do Paraná em área livre de aftosa, Lopes observa que os pecuaristas sempre estiveram ao lado do governo, respeitando as campanhas de vacinação, executando-as da melhor forma possível e que assim deverá continuar.

Ele considera muito responsáveis até o momento as atitudes do governo no sentido de tornar o Estado área livre da doença sem vacinação. ''Tudo tem sido feito com muito cuidado, dialogando com outros estados'', afirma.

Na opinião de Ágide Meneguette, a criação da Agência de Defesa Sanitária, também é prioridade para o setor. ''Vai garantir a qualidade sanitária de nossos produtos pecuários e agrícolas e abrir novas perspectivas de mercado'', reitera.

A sanidade plena é requisito básico, para o representante da Seab, Norberto Ortigara. ''É a base para sermos mais competitivos'', afirma. Para isso, confirma a criação da Agência de Defesa Agropecuária. Segundo ele, o projeto já está pronto e só falta tramitar pelo governo e seguir para a Assembleia. Atualmente, acrescenta Ortigara, o setor tem muitas deficiências, principalmente no quesito pessoal.

''Vamos recompor as equipes das barreiras sanitárias e adequar a capacidade física dos locais'', adiantou. O secretário reforça, por exemplo, que voltará a pleitear ao Ministério da Agricultura o status de área livre de febre aftosa quando essa medidas de adequações forem tomadas. ''Vamos gastar o ano para isso''.

Tags:

Fonte: Folha de Londrina

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Em São Paulo, campanha de atualização de rebanhos tem início nesta quarta-feira, 1º de maio
Pecuarista gaúcho terá seguro contra a febre aftosa
Abiec defende que mercado é o “motor” para a eficiência na produção de carne bovina
Scot Consultoria: Mercado sem alteração em São Paulo
Radar Investimentos: Média diária exportada de carne bovina nas quatro primeiras semanas de abril alcançou 10.192 toneladas