Boi gordo: Oferta reduzida em 2001

Publicado em 21/02/2011 08:10
A disponibilidade de animais machos prontos para abate encolherá 6% até dezembro, segundo as projeções do Imea.
Os bons preços pagos aos pecuaristas mato-grossenses em 2009 e 2010 não serão suficientes para garantir o aumento da oferta de boi gordo este ano. Pelo contrário, a disponibilidade de animais machos, prontos para abate, encolherá 6% até dezembro, segundo projeções do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), mesmo com o aumento do rebanho em 5% em 2010 (28,77 milhões de cabeças).

A explicação para este fenômeno tem uma lógica: o volume de animais com idade acima de 24 meses – que, teoricamente, estariam em condições de serem abatidos – cairá em cerca de 240 mil cabeças, ainda como reflexo da crise de 2006 e 2007 que obrigou os pecuaristas a abater matrizes (vacas), reduzindo consequentemente o estoque de machos. “Com menos matrizes, a produção de bezerros diminui e, automaticamente, temos menor oferta de animais para abate no futuro. Isso aconteceu por um período em que os preços da arroba estiveram muito baixos e os pecuaristas viram que era prejuízo manter um grande estoque de vacas na invernada. Por isso houve descarte de matrizes e o impacto está sendo sentido agora”, explica o presidente da Acrimat (Associação dos Criadores do Estado), José João Bernardes.

Para ele, mesmo com a menor oferta de machos, o abate deverá se manter em patamares iguais ou maiores que em 2010, “já que com a manutenção dos preços em níveis elevados, há um estímulo a mais para o produtor investir na produção”.

Outro detalhe importante é que o pecuarista vai colocar animais mais novos no mercado, provavelmente oriundos de confinamentos. “A tendência é de que tenhamos mais animais de confinamento disponíveis para abate em 2011, porém com o mesmo peso do animal de invernada”, observa Bernardes.

Em relação à oferta de matrizes, estudos do Imea indicam que como o comportamento do abate de fêmeas é inverso ao do preço, o mesmo deverá permanecer estável a níveis baixos. “A pecuária tem um ciclo e, como estamos atravessando um período de bons preços, recomendamos que as fêmeas menos produtivas sejam descartadas. O produtor deve estar atento a esta situação, mas sempre procurando manter seu plantel de matrizes para garantir o aumento da produtividade do rebanho”, pondera.

Bernardes lembra que o produtor deve aproveitar este momento também para recuperar as pastagens e investir em tecnologia e qualidade do rebanho. “Sem dúvida, este é o momento ideal para promovermos estes ajustes e avançarmos um pouco mais”.

FRIGORÍFICOS

O presidente da Acrimat destaca a melhoria da confiança e da relação comercial com a indústria frigorífica. “Aprendemos com a crise, que gerou uma situação nova para o produtor e também para os frigoríficos. Acreditamos que todos saíram ganhando, pois hoje a situação está mais tranqüila e o produtor consegue extrair dividendos desta realidade, vendendo e recebendo no momento da operação”. Bernardes estima que atualmente 70% das vendas aos frigoríficos são à vista, sendo que os 30% a prazo “estão acontecendo de uma forma tranqüila”.

BEZERRO

Outra “mercadoria” que continuará valorizada em 2011 é o bezerro, que recuperou seu preço e hoje está nos níveis históricos em relação à arroba do boi gordo. No auge da desvalorização do boi, em 2005, o bezerro chegou a valer R$ 250/cabeça, por isso houve um descarte muito forte de matrizes. Em novembro, com o pico da arroba, o bezerro chegou a ser negociado por até R$ 600/cabeça. Hoje, está no patamar de R$ 650 a R$ 700/cabeça. “A relação de troca também estimula o investimento.

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Diário de Cuiabá

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