Irã quer importar bovinos brasileiros para abate

Publicado em 18/04/2011 07:26
O embaixador do Irã, Mohsen Shaterzadeth, entregou em mãos ao governador Beto Richa (PSDB), sexta-feira, no Recinto José Garcia Molina, na 51 Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, proposta de parceria para abrir um novo mercado exportador aos 200 mil produtores de gado de corte do Estado. O encontro foi articulado pela Associação Nacional de Produtores de Bovinos de Corte (ANPBC).

A disposição dos iranianos em comprar boi de corte vivo do Paraná foi manifestada no ano passado, quando o governo daquele país fez contato com a ANPBC, que tem sede em Londrina. A partir de então, a entidade realizou um amplo estudo e desenvolveu as bases de um projeto sobre as possibilidades de abertura deste novo mercado. O Irã, segundo maior importador de carne congelada do Brasil, pretende ampliar ainda mais esse intercâmbio, com a compra de bovinos para abate no próprio país.

''Por razões culturais, os iranianos e países do eixo do Golfo Pérsico preferem ter acesso à carne fresca. Daí a proposta de importação do bovino vivo'', explica José Antonio Fontes, presidente da ANPBC.

Mohsen Shaterzadeth expôs a Beto Richa os planos de importação do seu país, o que poderá abrir um comércio bilateral para o qual o governo iraniano já destinou investimentos para implantação na ordem de US$ 200 milhões por ano, ao longo de cinco anos. A aproximação do Estado do Paraná com o Irã deverá promover também a intensificação de trocas comerciais em outras áreas, como dos fertilizantes e de biotecnologia.

O projeto de exportação do boi em pé implicará esforços do Estado e dos produtores paranaenses. Será preciso investir em fomento e logística, como estrutura portuária e incremento no padrão genético e nutricional do animal em razão da longa viagem e das demandas do mercado iraniano. Inicialmente, a perspectiva é de compra de 200 mil animais, o que equivale a 50 mil toneladas de carne.

O projeto envolverá todos os portes de produtores de bovinos, abrindo um leque de produção intensiva e integrando a lavoura à pecuária. A partir do fechamento dos contratos, os animais vendidos vivos ao Irã embarcarão em navios preparados para este tipo de carga.

A viagem levará cerca de 60 dias. Os bovinos deverão seguir para o destino na fase de terminação (em processo de engorda), com rigorosa administração nutricional para que ganhem peso durante o percurso. Após a chegada e por mais um período estimado em 40 dias, estarão aptos ao abate, dentro dos métodos preconizados pelos iranianos. Assim, boa parte da engorda será no navio.

O governador se mostrou receptivo a esta abertura comercial para o Estado, prometeu articular e agilizar a discussão com seu secretariado e agendar novo encontro entre as partes envolvidas para formalizar a parceria.

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Fonte:
Folha Web

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