MS muda perfil da pecuária com integração e abate animais cada vez mais jovens

Publicado em 06/06/2011 07:55
Alternando pasto com lavouras os produtores recuperam pastagens e produzem mais bovinos.
A dobradinha lavoura com pastagem está mudando o perfil da pecuária sul-mato-grossense. A fórmula que consiste em recuperar áreas de pastagens degradadas implantando sobre elas lavouras ou mesmo florestas não é nova, mas está gerando resultados mais do que positivos no Estado. A constatação é da própria Secretaria de Estado da Produção (Seprotur) com base nos números de produção da pecuária. Com adesão mensal de 65 a 70 produtores, o Programa Novilho Precoce de incentivo à produção pecuária do Governo do Estado registra avanços e é um indicador deste novo tempo na atividade. Atualmente o programa conta com 4.420 pecuaristas cadastrados que estão produzindo animais cada vez mais jovens em sistema de pastagem.
De acordo com o coordenador de Pecuária da Secretaria de Estado da Produção (Seprotur) Rubens Flávio Mello, no começo do Novilho Precoce, os animais tinham abate com idade que chegava até os 42 meses. Essa idade baixou agora para média de 28 a 30 meses. “Isso mostra o avanço que tivemos na pecuária estadual. Quase não temos mais abate de animais J4 (com quatro dentes) dentro do programa. Agora a maioria é de J0 (apenas com dentes de leite)”, explica.
De acordo com o coordenador, o próprio pecuarista viu a necessidade de melhorar a produção. “Os produtores estão mais engajados no programa e adotando novas tecnologias que garantem o rendimento e ganho de peso em bovinos cada vez mais jovens”, destacou

Uma das técnicas que garantiram este incremento na atividade, segundo Mello, foi a integração agricultura e pecuária. Pelo sistema os produtores alternam áreas de pastagens com lavouras como de milho, sorgo e até mesmo eucaliptos. “O fato de alternar as culturas ajuda a recuperar o solo e evita a degradação. Com, isso o gado tem pastagem de boa qualidade o ano todo”, destaca.

Integração

A Integração Lavoura-Pecuária (ILP) é uma alternativa economicamente interessante, porque a agricultura, através da soja, pode conviver com o gado de corte, assim como a iLPF, que acrescenta a floresta nesse convívio.

Segundo experimentos de ILP realizados na Embrapa Agropecuária Oeste, já vem sendo medido o sequestro de carbono do solo pelo sistema e, mais recentemente, está sendo medida a emissão de gases que causam o efeito estufa. “Essas informações foram úteis para subsidiar o Programa ABC”, afirma o pesquisador Júlio César Salton.

Ao usar tecnologias mais modernas, é possível aumentar a produtividade da pecuária sem a necessidade de expandir a área. Segundo dados do pesquisador Armindo Kichel, da área de Sistemas Integrados de Produção Agropecuária da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande/MS), a estimativa de produção de carne em Mato Grosso do Sul sem a Integração Lavoura-Pecuária é de 40 kg/ha/ano em 188 milhões de ha. Com ILP, em sistema completo cria, recria e engorda, a produtividade média é de 250 kg/ha/ano em 2 milhões de ha.

A integração lavoura-pecuária tem dado tão certo que o Governo espera transformar áreas da região norte do Estado com o sistema.

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Fonte:
Correio do Estado

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