Café CNC: semana foi marcada por anúncio de safra da Conab

Publicado em 17/05/2013 15:21

Na terça-feira, dia 14 de maio, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou seu segundo levantamento para a safra 2013 de café no Brasil. Segundo a pesquisa da estatal, serão produzidas 48,59 milhões de sacas de 60 kg, volume 4,4% inferior ao colhido em 2012 (50,83 mi/sc), mas que representa a maior produção brasileira nos ciclos de baixa da bienalidade característica de nossos cafezais. Desse total, 36,4 milhões de sacas são referentes a café arábica e 12,2 milhões a conilon.

 
Também de acordo com o levantamento da Conab, a área destinada ao cultivo de café no País é de 2,342 milhões de hectares, ou pouco mais de 1% em relação aos números de 2012, quando a cafeicultura brasileira ocupava uma área de 2,329 milhões de hectares.
 
Para o Conselho Nacional do Café, a maior safra dos ciclos de baixa e praticamente a não alteração da área destinada à atividade cafeeira demonstram a competência do produtor e dos setores de pesquisa brasileiros, que, com investimentos em tecnologia
— mecanização, irrigação e manejo —, alcançam melhores resultados e aprimoram os tratos culturais, proporcionando melhor produtividade.
 
Entretanto, voltamos a defender a necessidade da implantação de instrumentos de mercado para proporcionar renda aos cafeicultores, caso contrário não mais poderemos investir nos tratos do cafezal e a produção voltará a apresentar diferenças significativas nos ciclos bienais, comprometendo, por conseguinte, o abastecimento do consumo interno e das exportações.
 
MERCADO — As cotações internacionais do arábica na bolsa de Bolsa de Nova York, que no início da semana ultrapassaram US$ 1,45 por libra-peso, apresentaram trajetória de queda até a quinta-feira, quando o contrato C, com vencimento em julho de 2013, não conseguiu sustentar o suporte de US$ 1,40 por lb. A perda acumulada foi de 590 pontos. O mercado interpretou com forte viés baixista a segunda estimativa da Conab para a safra 2013 de café do Brasil.
 
O relatório disponibilizado pela estatal indica que serão colhidas 48,59 milhões de sacas, volume apenas 4,4% inferior à temporada antecedente. Isso porque os preços remuneradores vigentes em 2010 e 2011 estimularam maior incorporação tecnológica e melhoria da gestão das propriedades cafeeiras, resultando, em 2013, na maior produção de ciclo de baixa bienalidade. Porém, o atual aviltamento dos preços do café desestimula e inviabiliza a realização de tratos culturais e investimentos nos cafezais e, conforme a própria Conab, “os reflexos serão sentidos na próxima safra”.
 
O comportamento da receita das exportações de café evidencia a atual situação dos valores pagos aos produtores, com consequências negativas para a balança comercial do país. A média do preço da saca exportada de café no primeiro quadrimestre do ano foi de US$ 187,70, valor 29% inferior ao praticado no mesmo período do ano anterior. Com isso, mesmo exportando 17% mais volume em relação a 2012, a receita apresentou uma queda na ordem de 17 pontos percentuais.
 
Nesta semana, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), já houve comercialização do café colhido neste mês em algumas regiões produtoras de Minas Gerais. Embora com boa qualidade, os grãos têm apresentado menor tamanho, consequência da estiagem ocorrida no final de 2012.  Dessa maneira, devemos ficar atentos a uma possibilidade de revisão para baixo dos números divulgados pela Conab.
 
Os contratos futuros do café robusta na bolsa de Londres, com vencimento em julho de 2013, apresentaram leve recuperação em relação à semana anterior, com ganho acumulado, até quinta-feira, de US$ 15 por tonelada. As entregas da safra da Indonésia, segundo maior exportador de conilon, continuam atrasadas em função do tempo úmido que prejudica a secagem dos grãos. No Vietnã, os produtores estão segurando o café, na expectativa de maior recuperação dos preços.
 
No entanto, com as abundantes precipitações que já afastam qualquer possibilidade de quebra da safra 2013/14 vietnamita, conforme anunciado pelo Departamento Nacional de Hidrologia (contradizendo as próprias previsões anteriores), cresceram as apostas na queda das cotações internacionais do robusta. Agora, o mercado trabalha com uma expectativa de crescimento da oferta do café proveniente do país asiático, estimando que a safra será a maior das últimas duas temporadas. Esse episódio de números desencontrados reforça a carência de informações e estatísticas acuradas no mercado cafeeiro, que alimenta os movimentos especulativos com foco no lucro de curto prazo.

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Fonte:
Conselho Nacional do Café

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