Contratos de opção de venda e programa de estocagem prorrogável estão entre medidas importantes para sustentação do café

Publicado em 01/08/2013 17:27

A proposta para o programa de sustentação de preços do café que deve ser divulgada nesta quinta-feira(01) tem como pilar a utilização de recursos do governo para os leilões de opção de venda e também os financiamentos para estocagem do café. No primeiro caso , o governo se comprometeria a adquirir até 3 milhões de sacas por R$360,00/sc. No vencimento das opções em datas a serem determinadas, se o preço do café no mercado estiver acima deste valor (R$360,00/sc), o produtor que adquiriu a opção perderia o prêmio e negociaria a saca pelo preço de mercado. Se estivesse abaixo,  exerceria a opção, entregando o produto para o governo e recebendo o valor contratado ( R$360,00/sc).

Aliado ao mecanismo de opções estaria a liberação de recursos do Funcafé e do Banco do Brasil na ordem de R$3 bi para um programa de estocagem prorrogável, ou seja,  caso o mercado não suba a ponto de superar o valor referência estabelecido nos contratos de opção (R$360,00/sc 60kg) , o produtor que não conseguiu garantir seu preços através dos contratos poderia poderia optar por uma prorrogação automática da estocagem.

De acordo com João Abrãao Filho, diretor do sindicato rural de Altinópolis, as duas medidas juntas poderiam tirar do mercado até 13 milhões de sacas desta safra e sinalizaria ao comprador internacional que o Brasil tem uma política séria de comercialização de café e regulação de preços.

Porém, cafeicultores e lideranças do setor consideram que houve uma falha do governo na adoção de medidas à comercialização do grão. Para os dirigentes da Sociedade Rural Brasileira (SRB), mesmo que o governo  adote essas medidas, o efeito será menor porque já chega ao mercado o produto da nova safra, em fase  adiantada de colheita.

O diretor do Departamento do Café da SRB, Luiz Hafers, destacou que  "O café tem baixíssimo preço no mercado e o produtor não tem capital para manter essa produção até que as coisas melhorem", disse ele.  Para Hafers, essa situação onera principalmente o médio produtor. "O grande que consegue utilizar maquinário ou aquele que utiliza sua própria mão de obra para o cultivo estão assegurados, porém, o produtor que ainda não se mecanizou tem poucas escolhas e vê sua rentabilidade corroída pelos altos custos de produção", avalia. 

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Fonte: Notícias Agrícolas

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