Café: altas de 1.700 pts em NY com perspectivas de aperto na oferta global

Publicado em 19/02/2014 18:09 e atualizado em 19/02/2014 18:49

As cotações do café arábica na Bolsa de Nova Iorque dispararam nesta quarta-feira(19) alcançando os patamares mais elevados em 16 meses. Só como exemplo, o  contrato maio/14 fechou o dia com ganhos acumulados no ano de 53%. O vencimento Maio/14 fechou cotado a  172,60 centavos de dólar por libra peso, alta de 1775 pontos ou 11,5%.

O clima no Brasil continua sendo  mesmo a principal razão para as altas nas cotações. As agências internacionais destacam que as chuvas nas regiões produtoras do país vão ficar 75% abaixo da média nos próximos cinco dias, aprofundando o déficit hídrico nas lavouras . Além disso, o mercado continua repercutindo as informações de que as últimas chuvas sobre o cinturão cafeeiro brasileiro não foram suficientes para atenuar o problema provocado pelas altas temperaturas sobre as lavouras e principalmente, que as perdas nos cafezais já seriam irreversíveis. 

Segundo Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, as preocupações em relação ao aperto na oferta estão aumentando. Além da redução na safra  
brasileira para este ano, que na visão dos operadores de mercado internacional estaria em 10%, as primeiras informações que chegam do fechamento de colheita na América Central dão conta que a produção por lá deve ficar abaixo do volume inicialmente esperado. Situações que podem afetar a disponibilidade de café globalmente, resultando em queda nos estoques. 

Para Gil Carlos Barabach, analista de Safras e Mercado,  as altas das cotações não eram esperadas pelo mercado. “O pessoal estava trabalhando com carteira líquida vendida há um bom tempo, desde 2012, apostando em uma baixa. Agora veio esta situação de clima adverso, tiveram que inverter rapidamente a mão e isto explica essas puxadas”.

E as expectativas para a safra do ano comercial 2014/15, segundo Barabach, são ainda piores, já que os tratos culturais foram reduzidos. “Você tem uma situação climática ruim, dentro de um quadro onde o produtor investiu menos este ano por conta dos preços baixos que estavam há pouco tempo atrás... Isso projeta para 2015 uma situação bastante perigosa em relação à produção”. 

Os contratos com entrega em março/14 fecharam a 171,75 centavos de dólar por libra-peso, com elevação de 1910 pontos, ou de 12,5%. Maio/14 fechou a
172,60 centavos, alta de 1775 pontos, ou de 11,5%. O vencimento setembro/14 encerrou cotado a 176,05 centavos de dólar por libra peso com alta de 1785 pontos.

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Fonte: Notícias Agrícolas

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