Café: Mercado fecha em leve alta em NY, mas não recupera patamar dos US$ 2

Publicado em 18/03/2014 16:59

O mercado do café arábica fechou com leves altas nesta terça-feira (18) na Bolsa de Nova Iorque, após duas sessões consecutivas de queda. Os contratos para entrega em maio fecharam em 191,55 centavos de dólar por libra-peso e alta de apenas 15 pontos. A máxima do dia para este contrato foi de 196,55 cents.

O vencimento julho fechou em 193,40 cents por libra-peso e o contrato setembro encerrou em 195,10 cents. Apenas o contrato dezembro fechou com queda de 10 pontos, a 197,05 centavos de dólar / libra-peso.

Segundo Fernando Barbosa, presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG, as cotações se recuperaram com o fim do movimento de realização de lucros. Barbosa afirma que não é possível saber se as cotações irão recuperar o patamar dos US$ 2,00 esta semana, mas os fundamentos do mercado continuam altistas, já que a previsão é que a safra brasileira registre perdas severas. “Nós teremos muito café bóia, isso já está sendo constatado e será comprovado durante a colheita”.

Barbosa afirma ainda que cafeicultores e agrônomos preveem uma safra de café arábica de 27 milhões de sacas, no Brasil. 

Previsões de perda
De acordo com as últimas pesquisas divulgadas pela Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais), os cafezais do estado apresentam problemas com até 45% dos grãos chochos em algumas propriedades no Sul de Minas. O estudo da Epamig apontou que, em Machado, o percentual de perda chegou a 25%, em São Sebastião do Paraíso, 20% e em Lavras, 12%.

No final deste mês de março, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) irá divulgar sua previsão para a safra 2013/14 e, segundo Fernando Barbosa, o mercado aguarda este número para se posicionar.
   
2014 – Ano dos blends
Fernando Barbosa afirma ainda que 2014 será um ano positivo para os blends de café. “Os cafés estão muito miúdos neste ano, por conta da seca... Acredito que teremos que usar os despolpadores para garantir qualidade nas exportações. As cooperativas terão que ter jogo de cintura para exportar o máximo de cafés. Não podemos deixar o produto muito tempo armazenado, temos que aproveitar os preços altos e vender”. 

Grãos secos
O primeiro lote de colheita na região da Zona da Mata-MG indica a baixa qualidade do café brasileiro desta safra. A imagem abaixo é de uma amostra da colheita, que tem grãos extremamente secos. 


 

OIC não altera previsão de produção mundial para a safra 2013/14 de café

A produção global de café para o período 2013/14 é estimada em 145,8 milhões de sacas, ligeiro aumento de 0,5% sobre a temporada anterior, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC). A entidade não alterou sua previsão, apesar da seca e do calor que afetaram a produção brasileira.

O Brasil vai iniciar a safra 2014/15 em abril, com uma produção provisoriamente projetada para 48,34 milhões de sacas (último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgado em janeiro). Entretanto, a estimativa não levou em conta as perdas com a seca e com o calor excessivo nas áreas produtoras.

De acordo com Peter Baker, cientista da CABI, a estiagem provavelmente vai afetar de forma mais intensa o sudoeste de Minas Gerais, responsável por grande parte do cultivo de café no Estado.

O déficit total de chuvas no primeiro bimestre do ano é de aproximadamente 500 milímetros e é improvável que tenha havido evento tão severo como este desde pelo menos 1950.

Na América Central, uma estimativa atualizada da Promecafé sobre os danos da ferrugem sobre a safra 2013/14 sugere que os efeitos podem não ser tão ruins como previsto anteriormente.

Na Colômbia, a produção em fevereiro deste ano alcançou 874 mil sacas, 40% a mais que no mesmo mês de 2013. Isso traz a produção dos últimos doze meses para 11,3 milhões de sacas, mostrando a recuperação da safra.

As exportações globais de café em janeiro de 2014 somaram 8,7 milhões de sacas, 8,4% menos que no mesmo mês do ano passado. Os embarques de robusta foram 17,2% menores, com as vendas externas de Vietnã e Indonésia limitadas, apesar da grande colheita esperada para este ano-safra.

Se os preços do café continuarem a subir, é provável que mais grãos sejam disponibilizados no mercado. Embarques da América Central também foram em torno de 10% mais baixos, enquanto as exportações de arábicas colombianos tiveram significativo aumento de 23,4%.

Os estoques certificados de café robusta na bolsa de Londres diminuíram ainda mais, para cerca de 404 mil sacas, o menor nível registrado pela OIC, enquanto os estoques de arábica no mercado de Nova York têm mantido um nível de cerca de 3 milhões de sacas.

 

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Notícias Agrícolas

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