Café: Mercado volta a encerrar em queda em NY após fortes oscilações

Publicado em 02/04/2014 17:50 e atualizado em 02/04/2014 20:11

O mercado do café arábica operou com alta volatilidade na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) nesta quarta-feira (2), com mais de 1.000 pontos de oscilação entre a máxima e a mínima nos contratos para entrega mais próxima. 

O vencimento maio fechou em 171,10 centavos de dólar por libra peso, com queda de 415 pontos. A mínima do dia para o vencimento foi de 167,90 cents e a máxima atingiu os 178,30 cents de dólar por libra-peso. O contrato para entrega em setembro encerrou em 175,20 cents de dólar /libra-peso, com a mínima em 172,10 cents e a máxima em 182,25. 

De acordo com o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, o mercado ainda age diante das incertezas sobre o tamanho da safra do Brasil, o maior produtor do café arábica no mundo. Ele explica que a Bolsa de Nova Iorque deve seguir volátil até que informações mais consistentes sejam divulgadas, mas que os fundamentos são altistas. “Tivemos queda nos últimos dias, mas a semana passada foi positiva, com 945 pontos de alta... Pode ser que nos próximos dias o mercado volte a se recuperar”.

Análises altistas e baixistas
O site norte-americano Agrimoney divulgou hoje que os preços do arábica devem se manter baixos, pois mesmo diante da previsão de quebra de safra no Brasil, o mercado não deverá ficar desabastecido, já que a produção da Colômbia deverá ser grande, já que as árvores resistentes à ferrugem replantadas no país estão produzindo. Carvalhaes rebate a informação. “Duvido que consigam derrubar mais o mercado, porque a safra do Brasil está muito prejudicada e já estamos entrando no inverno, que é uma estação mais seca, o que pode agravar ainda mais a situação... Os fundamentos são altistas”.       

Alguns analistas se arriscam a divulgar previsões muito baixistas, que apontam para uma safra de 50 milhões de sacas, enquanto outros já publicam números extremamente altistas, como a analista norte-americana Judith Ganes-Chase, da J. Ganes Consulting, que apontou para uma safra “não muito acima” de 40 milhões de sacas. “O mercado só consegue enxergar um modesto déficit de produção no pior cenário. Normalmente, eu concordaria com esta visão, mas as evidências de um dano mais sério estão se acumulando”, afirmou Judith em seu relatório semanal. 

Mercado brasileiro
O mercado físico acompanhou o movimento da Bolsa de Nova Iorque e também fechou em queda hoje. A saca de 60kg do café bebida dura, tipo 6, teve queda de 2,56% em Poços de Caldas-MG e é comercializado a R$ 380,00. Em Guaxupé-MG, a saca perdeu 1,23% e é vendida a R$ 403,00. 

Tags:

Por: Fernanda Bellei
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Oscar do Agronegócio é do café: Na categoria produtor rural, Ucha leva reconhecimento pelas ações que vem realizando no setor cafeeiro
Em semana de pressão, robusta recuou 14,70%, arábica 10,56% e mercado monitora chuvas
2ª Jornada: 'O mercado e o café carbono neutro' reúne especialistas da cafeicultura, no Cerrado Mineiro
OIC: Exportação mundial de café tem alta de 8% em março
Ainda de olho no Vietnã, café continua no negativo em Londres e Nova York