Café: mercado em NY realiza lucros depois de uma sessão de forte alta
A cotação do café arábica negociado na Bolsa de Mercadorias de Nova Iorque recua nesta quarta-feira (30), após os ganhos significativos de ontem, quando o grão subiu mais de 5% no final do pregão. O mercado até tentou dar prosseguimento às altas, o vencimento Julho/2014 chegou a registrar preços de 211,20 centavos de dólar por libra-peso no melhor momento da sessão, mas não teve força para continuar subindo. Até o momento, prevalece um movimento de realização de lucros com julho/2014 cotado a 207,60 centavos de dólar por libra-peso com queda de 430 pontos, setembro/14 trabalhando a 209,65 com queda de 420 pontos e dezembro/2014 sendo negociado a 211,85 centavos de dólar por libra-peso com recuo de 435 pontos, cotações registradas por volta das 11horas (Brasília) .
Os operadores ainda têm dúvidas sobre as consequências da permanência do clima seco no cinturão produtor brasileiro. O Brasil já sofreu com uma forte estiagem no início do ano, justificando uma redução significativa nas projeções de colheita na atual safra e comprometendo a oferta para as próximas produções. Entretanto, as atuais condições de seca vão ajudar os produtores durante o período de colheita. O excesso de precipitação neste momento prejudicaria ainda mais a qualidade do produto.
Além das chuvas, as atenções também devem se voltar para as baixas temperaturas. As previsões climáticas apontam para uma semana com noites e madrugadas frias especialmente em Minas Gerais. O frio veio para ficar, principalmente no sul do país, afirma o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Fundação Procafé, José Braz Matiello, não é comum acontecer geadas antes do mês de julho, porém, uma ocorrência de geada pode prejudicar o café que ainda está amadurecendo. “Este ano, o café amadureceu mais cedo, por conta do calor e da seca. Mas o café que ainda não amadureceu pode ser bastante prejudicado por uma geada”.
Matiello explica ainda que o prejuízo seria maior para a safra 2015/16, já que a geada queimaria os ramos e desfolharia as árvores.
O analista de mercado Eduardo Carvalhaes comenta que não é possível prever uma geada com antecedência e que, uma ocorrência dessa na região produtora causaria uma grande “correria no mercado”.
Volatilidade nos preços
O indicador de volatilidade nos preços do café, divulgado em março pela OIC (Organização Internacional do Café), ilustra a extrema volatilidade que tomou conta do mercado desde fevereiro deste ano. As incertezas sobre o tamanho da próxima safra seriam a principal razão da oscilação dos preços. Veja gráfico publicado pela OIC: