Café: NY fecha em queda com previsão do USDA para a safra brasileira
As cotações do café arábica na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) fecharam com leves recuos de 200 a 245 pontos para os contratos de entrega mais próxima. Analistas de mercado avaliam que a divulgação da previsão para a safra brasileira feita pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que aponta para um volume de 49,5 milhões de sacas, pode ter pressionado o mercado.
O vencimento julho perdeu 230 pontos e encerrou em 186,95 centavos de dólar / libra-peso, mesma queda registrada para o setembro, que encerrou em 189,20 cents. Já o contrato para entrega em dezembro fechou valendo 192,15 cents / libra-peso, com queda de 205 pontos.
De acordo com analistas de mercado, a previsão do USDA está, realmente, acima das previsões divulgadas por outras instituições como o Procafé, que indicou um volume de 40,1 a 43,3 milhões de sacas, o grupo Citibank, que aponta para 44,2 milhões de sacas e a Volcafé, que estima uma safra de 45,5 milhões de sacas.
Exportadores e pesquisadores que preferiram se identificar afirmaram que “uma safra de 49,5 milhões de sacas é improvável”, frente aos danos causados nas lavouras pela seca prolongada no país.
Por outro lado, alguns analistas afirmam que, apesar de ser conservador, o relatório do USDA apontou que este é um número prévio e ainda pode sofrer mudanças, já que a colheita está apenas no início. “Ainda temos só os primeiros resultados das colheitas precoces, novos números virão”, afirmou Gil Barabach, analista de mercado da consultoria Safras & Mercado.
O analista de mercado Eduardo Carvalhaes também faz uma análise diferente do relatório. “Vale lembrar que o USDA projetou estoques de passagens mais baixos do que o mercado estava prevendo, em 6,3 milhões de sacas... Ora, se o Brasil consome no mínimo 20 milhões de sacas, sendo que o consumo poderá aumentar este ano, e exporta 33 milhões de sacas, temos um cenário apertado de oferta, até porque os produtores não vendem tudo o que produzem”.
A safra brasileira de café do ano passado foi de 53,7 milhões de sacas, o que significa que o USDA projeta uma queda de 4,2 mi /sacas para esta safra. Segundo Carvalhaes, o Departamento é tradicionalmente conservador e o mercado não esperava um número muito abaixo do que foi divulgado.
Redução de safra no Paraná
De acordo com o levantamento realizado pelo Deral (Departamento de Economia Rural), a estimativa da área cultivada com café no Paraná é de 58.040 ha confirmando a diminuição de quase 30% dos 81.960 ha existente no fechamento da safra 2013. Lembrando que esta redução é reflexo da forte crise de renda que os cafeicultores sofreram a partir da safra 2012 sendo agravada em 2013 onde os preços recebidos ficaram abaixo do custo de produção, aliada a dificuldade em gerenciar atividade com grande dependência de mão de obra e as fortes geadas que atingiram a maioria das lavouras do Estado em julho do ano passado.
O preço da saca de 60 kg do café tipo 6, bebida dura, também teve leves quedas no mercado físico. Em Patrocínio-MG, a saca é vendida a R$ 430,00, depois de uma queda de 2,27%. Em Franca-SP, o preço caiu 6,38%, para R$ 440,00. Já Maringá-PR registrou uma pequena alta de 2,44% e a saca é vendida a R$ 420,00.