Café: NY inverte tendência e volta a trabalhar no vermelho

Publicado em 20/05/2014 10:51

O café arábica negociado na Bolsa de Nova Iorque registra cotações em queda no final da manhã desta terça-feira(20) depois de esboçar reação no início dos negócios. Por volta das 11 h(Brasília) os contratos com vencimento em julho/2014 operavam a 181,45 centavos de dólar por libra-peso, 
queda de 205 pontos em relação ao fechamento anterior. setembro/2014 operava a 183,70 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 205 pontos e dezembro/2014 operava a 186,80 centavos de dólar por libra peso com queda de 205 pontos. Na sessão de ontem, o mercado fechou no patamar mais baixo em um mês. A alta foi iniciada pela previsão de chuva na região produtora do Brasil, o que poderia atrapalhar a colheita. Mas depois prevaleceu o movimento de realização de lucros depois dos recentes ganhos.

Mas de acordo com Marcus Magalhães da Maros Corretora, as recentes batidas presenciadas nos patamares internacionais passaram um pouco do limite do razoável já que as dúvidas com relação ao possíveis estragos e seus desdobramento nas lavouras mineiras ainda estão presentes na rotina cafeeira. "As próximas semanas deverão ser marcadas por um grande e cansativo jogo de paciência mercadológica. No lado interno a paradeira é grande. O setor produtivo não coloca a cara no mercado e desta forma, deixa as praças de comercialização, independente das bolsas e dólar, operando dentro de um grande vazio de ofertas e expectativas".

Redução conservadora para o arábica

Para o presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG, Fernando Barbosa, produtores e especialistas do mercado aguardavam uma estimativa de safra para o arábica entre 28 e 29 milhões de sacas, porém, a Conab divulgou a estimativa de 32,23 milhões de sacas de arábica, enquanto o USDA prevê 33,1 milhões sacas, volumes acima do esperado. “As previsões para a safra brasileira total, que considera as variedades arábica e conilon, foram bastante diferentes: o USDA prevê 49,5 milhões de sacas e a Conab prevê 44,6 milhões... Mas para o arábica, a previsão foi parecida e aponta para um volume acima do que esperávamos”. Barbosa defende que as estimativas fizeram o mercado internacional entender que a quebra de arábica não será tão grande. 

O analista de mercado Eduardo Carvalhaes informou também que o preço oferecido na saca pelos compradores no mercado interno está mais baixo, em torno de R$ 420,00 e R$ 430,00. “Estamos tendo poucos negócios, pois o produtor não quer entregar seu café a este preço”. 

Carvalhes lembra ainda que notícias de frentes frias nas regiões produtoras poderão trazer novas altas para as cotações. “As colheitas estão avançando agora e chuvas poderão prejudicar seu andamento”. 

Barbosa também ressalta que a ocorrência de frio e chuvas propicia a incidência da phoma, doença fúngica que costuma aparecer no inverno. 

 

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Fonte: Notícias Agrícolas

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