Café: cotações se aproximam de nível psicológico de 180 centavos em NY

Publicado em 21/05/2014 10:48 e atualizado em 21/05/2014 11:45

 O café arábica negociado na Bolsa de Nova Iorque registra cotações em queda neste momento e se aproxima de patamar psicológico de 180 centavos de dólar por libra-peso. Por volta das 10h45 (Brasília) os contratos com vencimento em julho/2014 operavam a 182,50 centavos de dólar por libra-peso, queda de 320 pontos em relação ao fechamento anterior. Setembro/2014 operava a 184,70 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 325 pontos e dezembro/2014 recuava 325 pontos cotado a 187,95 centavos de dólar por libra-piso.

Para o analista Marcus Magalhães da Maros Corretora, os investidores estão precificando as variáveis disponíveis para deixar as cotações encontrarem um piso saudável para se acomodar." É possível que este comportamento persista. Continuo a acreditar que o momento atual do negócio café se alinha fortemente ao grande jogo de paciência e quem tiver mais sangue frio, com certeza, sairá vitorioso deste embate mercadológico. Mais dia menos dia a realidade dos fatos produtivos prevalecerá e ao meu ver, poderá dar ao mercado externo uma condição ímpar para buscar melhores níveis para se acomodar. Mas ainda faltam informações sobre o real tamanho da safra brasileira."

Nas sessão de ontem, depois de trabalhar com forte volatilidade, o mercado do café arábica fechou em alta na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) . De acordo com agências internacionais, as notícias de uma forte incidência de ferrugem nos países produtores de café da América Latina podem ter impulsionado as altas, já que ameaça reduzir ainda mais a safra mundial de café, que já deve sofrer grande quebra com a seca no Brasil. 

De acordo com a trader sul-africana I&M Smith, a Associação Nacional de Exportação de Nicarágua relatou que as exportações de café do país no mês de abril foram de 72.136 sacas ou 26,87% inferior ao mesmo mês do ano passado, quanto totalizaram 196.303 sacas. As exportações cumulativas do país nos primeiros sete meses do período de outubro 2013 a setembro de 2014 foram 33,14% inferiores ao do ano comercial interior, com redução de 360.199 sacas.

Além da incidência da ferrugem do café (também chamada de roya), que ameaça reduzir a produção no país, os exportadores também estariam exigindo preços melhores pela sua saca, mesmo diante das cotações que já estão mais firmes na Bolsa de Nova Iorque. 

De acordo com a agência AP (Associated Press), a incidência de ferrugem na América Central é a maior em 40 anos e já causou um prejuízo de US$ 1 bilhão para a produção, principalmente de café arábica. Preocupados com altas ainda mais fortes no preço da bebida, o governo dos Estados Unidos já está investindo no combate da doença. A USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) anunciou esta semana um investimento de US$ 5 milhões em pesquisas para encontrar uma solução para a doença em parceria com o Centro Mundial de Pesquisas do Café da Universidade do Texas A&M. A Starbucks, maior franquia de cafeterias do mundo, já comprou uma fazenda em Costa Rica, país produtor de café arábica, para desenvolver estudos sobre a doença.    

Mercado volátil
O analista de mercado Rodrigo Costa, da New Edge corretora, informa que a alta faz parte da forte volatilidade do mercado. “O mercado continua nervoso em relação a estas incertezas todas sobre a safra brasileira”. Costa diz acreditar que as cotações do café arábica continuarão variando entre US$ 1,80 e US$ 2,00 a libra/peso. 

Um fator que poderá ainda ajudar os preços a ganharem mais fôlego será o clima. O analista afirma que um frio intenso e a ocorrência de geadas, que ainda não são previstas, poderia deixar o mercado mais apreensivo diante da possibilidade de uma quebra ainda maior na safra brasileira. 

De acordo com o agrônomo e pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de Campinas) Sérgio Pereira Parreira, as colheitas começaram, efetivamente, há 1 ou 2 semanas atrás nas principais regiões produtoras e o mercado ainda tem pouca informação para avaliar o volume e a qualidade do café já colhido.

No mercado físico, o café tipo 6, bebida dura, fechou em direções contrárias nas diferentes praças comercializadoras. Em Varginha-MG, a saca de 60kg teve alta de 2,33% e é comercializada a R$ 440,00. Já em Poços de Caldas-MG, a saca caiu 1,65% e é vendida a R$ 418,00. 

Na sessão de ontem, o mercado fechou em alta com receios em relação à 

oferta global predominando ao final do pregão.

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Notícias Agrícolas

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