Desuniformidade produtiva é mais critica em catuaís

Publicado em 25/06/2014 15:15 e atualizado em 27/06/2014 14:35

Por José Braz Matiello, Iran B. Ferreira e Marcelo Jordão – da Fundação Procafé 

A bienalidade de produção em cafezais é uma característica bastante conhecida na cafeicultura brasileira, sendo provocada, principalmente, pelo sistema de cultivo de cafezais a pleno sol. Neste sistema, as plantas com alta carga, em um ano, concentram suas reservas no processo de frutificação e crescem menos sua ramagem nova, resultando em safra baixa no ano seguinte. 

A alternância de safras, altas e baixas, se agrava em condições de maltrato, com práticas culturais deficientes, especialmente quanto à nutrição, controle de pragas-doenças e falta de água. 

Nessa condição desfavorável, os cafeeiros, ao produzirem bem, se estressam, sofrem desfolha e seca de ramos, com isso reduzindo, ainda mais, a sua produção futura. 

Temos verificado, no campo, que esta desuniformidade produtiva ocorre, também, entre cafeeiros, dentro do mesmo talhão de lavoura. Nesse aspecto, a cultivar catuaí tem sido a que apresenta maior variabilidade de carga entre plantas. 

Observa-se que os fatores que levam a produtividades diferenciais entre cafeeiros já começam a atuar a partir da 2ª safra e esta variabilidade tende a aumentar na medida em que a lavoura envelhece, pois ocorre um acumulo de situações que afetam as plantas de forma variada, por exemplo, umas tiveram maior desfolha por ferrugem ou receberam dose menor de adubo etc e acabam com ciclo produtivo trocado. 

Por que seria que na variedade catuaí se observa mais o problema de desencontro de safra entre plantas. A resposta não pode ser dada com certeza. Talvez isso aconteça pela característica de alta produtividade, associada a uma menor relação folhas/frutos, o que leva a um maior stress pós-colheita, aliada a uma recuperação mais lenta da planta. 

A variabilidade de produção entre plantas afeta os picos de produtividade do talhão. Nessa condição, o produtor passa a reclamar que sua lavoura não vem conseguindo atingir os níveis altos de produtividade de antes. No entanto, no ano seguinte, a produção também não baixa demasiado. 

O diferencial produtivo entre plantas também atrapalha a execução dos tratos, que deveriam ser também diferenciados, por exemplo, nas doses de adubo, sendo que na prática é impossível executá-los assim. 

Resta, agora, saber como eliminar este diferencial. Uma maior uniformidade produtiva pode ser obtida através de podas, como o esqueletamento, que vai tirar a produção por igual e, assim, sincronizar o ciclo produtivo das plantas de um determinado talhão. 


Na foto em Franca-SP, 4 plantas de catuaí amarelo, na frente, com alta carga, seguidas por outras quase sem carga. Jun-14 



Detalhe de um cafeeiro amarelo completamente sem carga, no centro, 
ladeado por plantas com alta carga. Na próxima safra a situação se inverterá.

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Fonte:
Fundação Procafé

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