Café: falta de demanda derruba cotações em mais de 200 pontos em NY

Publicado em 15/07/2014 09:32 e atualizado em 15/07/2014 10:33

O mercado de café arábica voltou a descer na manhã desta terça-feira (15) na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). Após atingir, na semana passada, níveis mais baixos desde fevereiro, o pregão de segunda-feira (14) encerrou em alta de 295 pontos.  Agora, novos movimentos impulsionados pelas notícias divulgadas pela Organização Internacional de Café (OIC) derrubam os valores.

Os contratos com entrega para setembro perdem 210 pontos e valem às 9h21 (horário de Brasília) 162,25 centavos de dólar por libra-peso. O vencimento dezembro anota 166,10 cents/libra-peso. Março/2015 trabalha a 169,10 cents/libra-peso, enquanto maio/2015 cai 275 pontos e registra 170,90 cents/libra-peso. 

Nesta segunda-feira (14), a OIC divulgou um balanço sobre o mês de junho, onde a média mensal composta para o produto ficou 7,3% abaixo em relação ao mês de maio e os quatro indicadores individuais também obtiveram queda: os Suaves Colombianos apresentaram baixa de 7,8%, os Outros Suaves registraram decréscimo de 7,6%, Naturais Brasileiros caíram 9,1% e o Robusta perdeu 4%. 

Segundo a OIC, as cotações desceram por conta da falta de consenso sobre a quebra na safra brasileira, além de estoques suficientes para abastecer a demanda global no momento. 

Veja como fechou a sessão de ontem:

Café: sessão volátil encerra do lado positivo em NY, com altas de 295 pontos

Após uma sessão de muita volatilidade, o mercado de café arábica recuperou nesta segunda-feira (14) parte dos valores que havia perdido na semana passada, quando anotou as cotações mais baixas desde fevereiro na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US). Os preços registraram alta de 295 pontos para os principais contratos.

O vencimento setembro encerrou em 164,35 centavos de dólar por libra-peso. Dezembro fechou em 168,10 centavos/libra-peso. Março/2015 teve 171,50 cents/libra-peso e maio/2015 registrou 173,65 cents libra-peso. 

A recuperação dos valores pode estar apoiada em ajustes técnicos, já que segundo o analista do escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, dois fatores fizeram o café despencar em Nova Iorque semana passada. Um é referente ao café, outro não. “Dados de que a exportação brasileira foi a segunda maior da história, registrando 34 milhões de sacas e a divulgação de que o banco português Espírito Santo perdeu 19% nas cotações de suas ações movimentaram o mercado para baixo”, explicou ele.

Carvalhaes explicou também que quando a queda na safra brasileira foi noticiada, muitos compradores anteciparam suas aquisições e no momento estão abastecidos, diminuindo a demanda. Por outro lado, vendedores também não têm pressa em negociar café, apostando em cotações mais elevadas em um futuro próximo. “O Brasil teve um excelente desempenho no volume da exportação, porém perdeu cerca de 11% em receita. Agora, os produtores que podem, não colocam café à venda, mas não vão conseguir segurar o produto por muito tempo”, detalhou o analista. 

Outra preocupação que cerca o mercado há poucas semanas é o fato de que as plantações foram muito afetadas pela estiagem do início do ano e os ramos não cresceram, ou seja, a quebra na safra 2015 pode ser ainda maior. “A seca ajuda no momento da colheita, mas possivelmente teremos problemas em 2015 e também não teremos café remanescente já que os estoques estão baixos”, concluiu Carvalhaes. 

 

 

 

 

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Por: Talita Benegra
Fonte: Notícias Agrícolas

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