Café fecha com mais de mil pts de alta em NY focando perdas no Brasil

Publicado em 31/07/2014 15:34 e atualizado em 31/07/2014 17:45

Altas de mais de 1200 pontos e preços acima do patamar de 195,00 centavos de dólar por libra-peso. Esse foi o resultado do encerramento da sessão desta quinta-feira (31) na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) para o café arábica. 

O vencimento setembro fechou em 195,05 cents/libra-peso. Os contratos com entrega para dezembro anotaram 198,75 cents/libra-peso. Março/2015 ultrapassou o patamar dos 200,00 e registrou 201,95 cents/libra-peso, enquanto maio/2015 encerrou em 203,45 cents/libra-peso.

O analista Eduardo Carvalhaes vê duas explicações para preços estourarem no mercado: “A primeira é a divulgação de entrevista com Carlos Paulino, presidente da Cooxupé e a segunda é o relatório da Terra Forte”. 

Na terça-feira (29), o executivo da Cooxupé – maior cooperativa de café do mundo - deu depoimento de que com o avanço da colheita, em dois terços já realizada, a produção total deve ser 30% menor do que a estimada antes do período de seca, para 4,1 milhões de sacas de 60 quilos, ante 6 milhões previsto. 

O número ficaria ainda inferior ao total da safra passada, quando a produção para os 12 meses cafeeiros finalizou em 4,2 milhões de sacas. 

Já na quarta-feira (30), relatório elaborado pela exportadora Terra Forte e enviado aos clientes, reforçou a ideia de grande quebra na safra brasileira. Os números iniciais previstos por eles eram de 53,70 milhões de sacas de café, os indicados no estudo apresentam 45,78 milhões, muito abaixo do inicial. 
“Nós temos esperado pacientemente desde o nosso último relatório, a fim de dar informações confiáveis de nossas fazendas e agora podemos finalizar o nosso número”, indicou a exportadora. 

Números divergentes para o conilon
Outro dado bastante relevante apresentado no relatório é a previsão de apenas 28,34 milhões de sacas de café arábica e um número de 17,44 milhões de sacas para café conilon (robusta).

“Nós não podemos concordar com esses números. Não sei que meios eles utilizaram pra chegar nesses valores, mas a Incaper trabalha junto a Conab e nossas previsões não ultrapassam os 13 milhões de sacas”, afirmou Romário Ferrão, coordenador de cafeicultura da Incaper. 

Ele ainda explicou que o Espírito Santo é responsável por cerca de 78% da produção nacional de café conilon, e que o total da safra do estado deve ficar em 9,5 a 10 milhões de sacas. Quase 2 milhões a mais do que a produção do ano passado, que foi de 8,2 milhões de sacas.

Enquanto esses números não são confirmados oficialmente, Carvalhaes acredita que “as oscilações do mercado devem acontecer novamente e só devem ser consolidadas as altas em outubro, quando a quebra for ratificada”. 

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Por: Talita Benegra
Fonte: Notícias Agrícolas

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