Café: Mercado sobe forte em NY e tem máximas em 2 anos; preços superam US$ 2,20/lb

Publicado em 06/10/2014 09:33 e atualizado em 06/10/2014 11:25

O mercado internacional do café inicia a semana, assim como as demais commodities agrícolas, trabalhando em campo positivo e registrando expressivo avanço. Os futuros do arábica, subiam mais de mil pontos na Bolsa de Nova Iorque e alcançavam as maiores altas em dois anos. 

As cotações reagem positivamente às condições de clima adverso em importantes regiões produtoras do Brasil. Os meteorologistas removeram de suas últimas previsões as chuvas que poderiam trazer algum pequeno alívio aos cafezais do país. Além disso, o mercado observa ainda a seca trazendo prejuízos severos à próxima safra brasileira de café, segundo explicam analistas, o que ajuda a compor um cenário positivo para os preços. 

Por volta das 11h19, o contrato dezembro/14 registrava 220,20 cents de dólar por libra peso com alta de 1370 pontos, o março/15 anotava 223,60 cents/lb com valorização de 1330 pontos. O maio/15 trabalhava com 225,15 cents/lb e 1310 pontos positivos e o julho/15 tinha alta de 1260 pontos operando com 225,70 cents/lb.

"Os modelos climáticos mostravam que teríamos boas chuvas em 13 de agosto, e agora essas chuvas não estão mais lá", disse um analista de mercado do site internacional Agrimoney.

Os especuladores, ainda de acordo com o analista, têm estimulado essa alta das cotações, com a cobertura de algumas posições por parte dos fundos de investimentos.

Segundo o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, as previsões climáticas apontam volta de chuvas a partir do dia 15 de outubro. No entanto, as precipitações devem ser regulares no final do mês.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (3):

Café: NY fecha em queda com realização de lucros em sessão marcada pela volatilidade

Por Jhonatas Simião

Nesta sexta-feira (3), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou as cotações em baixa em uma sessão marcada por ampla volatilidade. A realização de lucros com vendas de fundos e de especuladores é um movimento natural devido às altas expressivas nos últimos dias. Na abertura da sessão, as cotações estavam no campo negativo. No início da tarde, altas tímidas também foram registradas. Na sessão anterior, o mercado fechou em alta de mais de 800 pontos

O contrato com papéis mais negociado durante a sessão, o dezembro/14, finalizou o dia cotado a 206,50 cents de dólar por libra peso com queda de 210 pontos, o março/15 anotou 210,30 cents/lb com desvalorização de 220 pontos. O maio/15 fechou com 212,05 cents/lb e 215 pontos negativos e o contrato com vencimento em julho/15 encerrou cotado a 213,10 cents/lb e 225 pontos de recuo.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o fechamento negativo após dias consecutivos de alta não é surpresa. “Diante das recentes volatilidades nos terminais internacionais, a baixa foi previsível com realização de lucros e liquidações”, afirma.

O analista acredita que a alta durante a sessão garantiu às cotações um fechamento interessante, acima de suportes, deixando clara a sensação entre os envolvidos de que a próxima semana ainda será marcada por fortes emoções mercadológicas.

Apesar da baixa técnica na sessão de hoje, Magalhães acredita que o mercado ainda segue influenciado pela questão climática. De acordo com dados da Somar Meteorologia, após passagem de uma frente fria pela Região Sudeste do Brasil, uma massa de ar seco e frio toma conta do centro e sul do país, inibindo a formação de nuvens carregadas e deixando a temperatura mais baixa. Simulações indicam que não há previsão de chuva significativa pelos próximos dez dias nas principais áreas produtoras de café.

A seca que segue afetando o cinturão produtivo brasileiro pode prejudicar significativamente a próxima safra, assim como a atual que está praticamente colhida. As cooperativas já começam a quantificar dados de produção da safra 2014 e acreditam que fatalmente números parecidos sejam registrados em 2015/16. De acordo com o presidente da Cocatrel, Francisco Miranda Filho, a quebra na produção na cidade de Três Pontas-MG chega a 40% em relação à safra passada – a Cocatrel deve receber menos de um milhão de sacas.

Na Cooparaíso, a situação não é diferente, de acordo com o gerente de gestão de agronegócio, Marcelo Almeida, a safra atual da cooperativa registra quebra de 25% em relação ao esperado.

As chuvas que caíram no Sul de Minas Gerais induziram duas pequenas floradas. Porém, existem dúvidas quanto ao ‘pegamento’ visto que as lavouras estão desfolhadas, por isso a preocupação para a próxima safra. “Se não tiver folha, não tem 'pegamento'. Então nós estamos aguardando a chuva que vem na segunda quinzena do mês de outubro para saber a situação dos cafés”, diz Almeida em entrevista ao NA.

Mercado interno

De acordo com Magalhães, a rotina no mercado opera com preços firmes influenciado pela alta do dólar, devido o período eleitoral e a ausência de chuvas que trazem perspectiva de um 2015 ainda mais complexo.

O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, estava cotado nesta quinta-feira (2) a R$ 496,99/saca de 60 kg – elevação expressiva de 3,62%.

Tipo 4/5 encerra em baixa na BM&FBovespa

Influenciado por NY, os preços na bolsa brasileira também registraram queda. O vencimento dezembro/14 do café arábica tipo 4/5 na BM&F Bovespa encerrou o dia cotado US$ 239,00 a saca de 60 kg com baixa de 0,42%, o março/15 registrou US$ 247,50 e 0,80% negativos. O setembro/15 anotou US$ 253,00 a saca e recuo de 0,59%. No tipo 6/7 não houve negociação.

Robusta tem mais um dia de alta em Londres

O café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe), encerrou a sessão com alta ainda influenciada pela expectativa de queda da produção vietnamita. O vencimento novembro/14 registrou alta de US$ 27 e está cotado a US$ 2.080 por tonelada, o janeiro/15 anota US$ 2.093 a tonelada com valorização de US$ 26.

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Notícias Agrícolas

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