Previsão do tempo aponta maior umidade para áreas agrícolas do Brasil
Por Reese Ewing e Caroline Stauffer
SÃO PAULO (Reuters) - As áreas de produção de café e cana-de-açúcar do Sudeste do Brasil, afetadas por períodos de seca ao longo deste ano, têm agora um pouco mais de chances de registrar chuvas nas próximas duas semanas, disseram institutos de meteorologia nesta sexta-feira.
Os mercados futuros de café e de açúcar têm registrado forte volatilidade diária, ao sabor da previsão de chuvas para as principais regiões produtoras do Brasil, onde a safra 2014 foi comprometida pela estiagem, com perspectiva de prejuízos também para 2015.
Por volta das 12h desta sexta-feira, os primeiros contratos do café e do açúcar negociados em Nova York operavam em baixa de mais de 1 por cento.
O Commodities Weather Group, dos Estados Unidos, disse que cresceram um pouco as chances de chuvas com maiores volumes para dentro de seis a quinze dias, na comparação com a previsão de quinta-feira. O CWG alertou, no entanto, que ainda há a possibilidade de que as chuvas não atinjam mais da metade das áreas de cultivo de café e cana.
Já a Somar Meteorologia, de São Paulo, também ampliou sua previsão para chuvas nos próximos dias, indicando uma retomada das chuvas generalizadas no Sudeste para o início da próxima semana. Mesmo assim, outubro deverá fechar com precipitação abaixo da média.
"Não estou muito animado com esta frente fria, mas é fato que vai trazer chuva", disse o meteorologista Celso Oliveira, da Somar, destacando que o cinturão de grãos de Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, deverá se beneficiar mais que as áreas de café e cana do Sudeste.
Oliveira projetou que as chuvas irão chegar a Minas Gerais, mas os volumes ainda são incertos. O Estado, responsável por cerca de metade da produção de café do Brasil, tem registrado chuvas isolas desde quarta-feira. As precipitações deverão ganhar força a partir do fim-de-semana, podendo chegar a 15 a 30 milímetros na próxima semana.
Os cafezais começam a florescer a partir da chegada das chuvas de primavera, e a qualidade da florada tem forte influência sobre o tamanho da safra do ano seguinte.
Analistas dizem que a cada dia que as chuvas atrasam, cai o potencial das árvores de café de produzir grãos.
A seca do início de 2014 reduziu a safra do Brasil no ano em mais de 10 por cento ante as previsões iniciais, enquanto em algumas áreas de Minas Gerais as perdas chegaram a 30 por cento.
Em Mato Grosso, onde o período de plantio está em andamento, a falta de chuvas está impedindo o avanço dos trabalho e já começa a preocupar produtores.
O Estado deverá receber entre 30 e 50 milímetros de chuva na próxima semana, disse Oliveira, da Somar.
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