Diante do retorno das chuvas no Brasil, mercado exibe forte queda em NY

Publicado em 20/10/2014 08:09

As principais posições do café arábica negociadas na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com quedas expressivas na manhã desta segunda-feira (20). Por volta das 8h39 (horário de Brasília), os contratos exibiam perdas de mais de 750 pontos. O vencimento março/15 era negociado a 206,65 cents de dólar por libra peso.

De acordo com informações de agências internacionais, o mercado é pressionado pelo retorno das chuvas nas principais regiões produtoras do Brasil. A perspectiva dos participantes do mercado é que as precipitações amenizem os danos ocasionados pela seca registrada desde o início do ano.

Somente em 2014, os futuros do café arábica subiram mais de 84%, diante da estiagem no Brasil, que ocasionou perdas na safra anterior e os prejuízos previstos para a próxima temporada. Segundo informações do presidente do Sincal, Armando Matielli, a quebra na próxima safra pode chegar a 60% em decorrência do calor excessivo e a ausência de chuvas.

Veja como fechou o mercado do café na última sexta-feira:

Café: NY fecha em baixa com previsão de chuva no Brasil; mercado interno continua travado

Por Jhonatas Simião

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou esta sexta-feira (17) com preços mais baixos devido à previsão de chuva na próxima semana nas principais regiões de café no Brasil.

O contrato dezembro/14 registrou 210,65 cents de dólar por libra peso e o março/15 anotou 214,60 cents/lb, ambos com desvalorização de 645 pontos. O maio/15 encerrou a sessão cotado a 216,65 cents/lb com baixa de 640 pontos e o julho/15 teve recuo de 625 pontos com 218,00 cents/lb.

De acordo com o consultor associado da Safras&Mercado, Gil Carlos Barabach, os operadores na Bolsa vinham precificando a estiagem no Brasil e agora corrigiram os preços com a previsão de chuva. O mercado agora vai esperar para saber se a chuva terá consistência e se as lavouras vão melhorar realmente, afirma. Ainda de acordo com o analista, outra questão que influenciou a baixa foi o avanço do dólar na semana, o que encoraja as exportações.

Segundo Barabach, mesmo com a queda nas cotações na sessão desta sexta-feira, os preços estão acima dos US$ 2,10. Mesmo que os contratos tenham fechado em queda, o valor final de cada um mostra que os operadores estão precificando a chuva, mas permanecem cautelosos, explica.

Safra 2015/16 de arábica pode ter quebra de 60%

Com o calor excessivo e a falta de chuvas nas principais regiões produtoras, a quebra na próxima deve ser uma das maiores do país, podendo chegar a 60%, segundo o presidente da Sincal, Armando Matielli.

A chuva se chegar agora ou em novembro tanto faz, as perdas já estão consolidadas. Cerca de 35% das lavouras foram esqueletadas e 30% tem potencial produtivo zero em todo o parque cafeeiro, explica.

Em alguns municípios de Minas Gerais com tradição cafeeira a seca também trouxe reflexos socioeconômicos, os empregados de lavouras de café começam a ser demitidos. A situação é crítica. Nunca vi uma situação de tanta calamidade como está a região cafeeira e outras lavouras do Sudeste, explica Matielli.

A principal florada ainda não chegou em boa parte das cidades produtoras e caso chegue os cafeicultores temem o pegamento, que pode ser ruim. (Veja abaixo as imagens enviadas pela produtora rural Christina Valle, de Guaranesia-MG).

>> DA REDAÇÃO: Café Queda na produção de arábica em 2015 pode ser de 60%

Mercado interno

No Brasil, os negócios continuam travados. De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o setor produtivo não se intimidou com a derrocada externa e literalmente, tirou o time de campo, a espera de uma maior claridade dos fatos.

O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta na quinta-feira (16) e está cotado a 508,38 a saca de 60 kg desvalorização de 1,90%.

O preço mais alto para o tipo cereja descascado está cotado a R$ 582,00 a saca de 60 kg na cidade de Guaxupé-MG, com valorização de 1,22%. O arábica tipo 4/5, também registrou preço alto na cidade, a saca está cotada a R$ 572,00 com avanço de 1,24% em relação ao dia anterior.

De acordo com o presidente da Sincal, Armando Matielli, o produtor deve ser cauteloso na comercialização. Para o produtor, pé no freio, não é momento de fazer grandes investimentos. Nós não sabemos se essas lavouras que foram esqueletadas vão se recuperar. Podemos não ter café para pagar as contas no ano que vem, afirma.

Seguindo NY, tipo 4/5 finaliza em baixa

As cotações do café arábica tipo 4/5 finalizaram o dia no negativo na BM&F Bovespa. O vencimento dezembro/14 encerrou com US$ 237,90 a saca de 60 kg e baixa de 2,90%, o março/15 anotou US$ 247,00 e queda de 1,40% e o setembro/15 registrou queda de 2,83% com US$ 261,00. O tipo 6/7 não teve negócios durante a sessão.

Liffe registra queda em Londres

As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) registraram baixa na sessão desta sexta-feira (16) em um dia de realização de lucros. O contrato novembro/14 está cotado a US$ 2.115,00 por tonelada com desvalorização de 39 pontos e o janeiro/15 apresentou baixa de 41 pontos valendo US$ 2.127,00 por tonelada.

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Notícias Agrícolas

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