Dólar reduz alta após BC elevar rolagem de swap e fecha em R$2,60

Publicado em 14/11/2014 16:14

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - Após passar boa parte da sessão em alta firme, o dólar fechou com avanço mais fraco, na casa de 2,60 reais, nesta sexta-feira, após o Banco Central ampliar a oferta de swaps cambiais para rolagem, indicando que não está confortável com a forte pressão recente sobre o câmbio.

Contudo, operadores acreditavam que a rolagem maior não deve ser suficiente para interromper a escalada da divisa norte-americana, que fechou em queda em apenas um pregão neste mês, já que o quadro de incertezas na cena doméstica deve manter investidores apreensivos.

A moeda norte-americana subiu 0,23 por cento, a 2,6007 reais na venda, maior patamar de fechamento desde abril de 2005. Durante o dia, o dólar chegou a ser negociado a 2,6300 reais na máxima desta sessão, maior patamar intradia desde 5 de abril de 2005, quando foi a 2,6330 reais.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 700 milhões de dólares. Na semana, a divisa acumulou alta de 1,46 por cento e no mês, até esta sexta-feira, o dólar acumula alta de 4,92 por cento.

"Se o BC quiser segurar essa alta do dólar, vai precisar fazer mais", disse o gerente de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel. "O problema não é uma falta técnica de dólares, são especulações por causa das incertezas. E enquanto o próximo ministro da Fazenda fica no ar, a especulação corre solta", acrescentou.

Na segunda-feira, o BC ofertará até 14 mil swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro e correspondem a 9,831 bilhões de dólares.

Até então, o BC vinha ofertando até 9 mil papéis por leilão. Se mantiver o novo ritmo e vender os lotes integralmente até o penúltimo pregão do mês, como tem ocorrido nas últimas rolagens, rolará praticamente todo o lote do mês que vem. Ou seja, sem aumentar sua posição em swaps, em termos líquidos.

O anúncio veio logo após o leilão de rolagem desta sessão, no qual a autoridade monetária vendeu a oferta total. Até agora, foram rolados cerca de 40 por cento do lote total.

Nesta manhã, o BC vendeu também a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,25 mil contratos para 1º de junho e 750 contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,4 milhões de dólares.

Investidores vêm mostrando forte preocupação com a perspectiva para a política fiscal, criticada por ser pouco transparente. Um possível sinal de mudança, na avaliação dos analistas, seria a nomeação de um ministro da Fazenda com perfil mais ortodoxo no lugar de Guido Mantega.

"O fator macro é de valorização do dólar no longo prazo, mas um ministro da Fazenda que agrade mais os mercados... pode aliviar um pouco no curto prazo", disse o operador da corretora WinTrade Renato Magliari.

Os nomes mais citados para o posto são o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles e o atual presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. De longe, o preferido dos mercados é Meirelles.

"O mercado vem absorvendo as incertezas. Toda vez que o pessoal lembra que as coisas não estão fáceis e a perspectiva está longe de ser tranquila, corre para se proteger no dólar", afirmou o operador da corretora Walpires José Carlos Amado.

Ele acrescentou que a indefinição subiu mais um nível nesta sessão após a Polícia Federal lançar nova fase da operação Lava Jato e que envolve "grandes empresas", o que pode impactar a confiança dos agentes econômicos e afetar a economia real.

O mercado também estava mais sensível por causa da Petrobras, que anunciou que não divulgará seu balanço nesta semana, pois pretende aprofundar as investigações referentes às denúncias de corrupção na operação Lava Jato, abalando ainda mais a confiança dos investidores.

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Fonte:
Reuters

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