Café: Bolsa de Nova York registra recuperação nesta 3ª feira; analista não acredita em reversão de tendência

Publicado em 16/06/2015 17:43

Após recuar forte ontem, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuperaram-se tecnicamente em mais de 1% na sessão desta terça-feira (16).

O vencimento julho/15 encerrou o pregão cotado a 129,35 cents/lb com 155 pontos de avanço, o setembro/15 registrou 132,00 cents/lb e o dezembro/15 anotou 135,65 cents/lb, ambos com alta de 170 pontos. Já o contrato março/16, mais distante, fechou o dia com 139,30 cents/lb e avanço de 175 pontos.

Segundo o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, os níveis internacionais, principalmente em Nova York, estavam excessivamente esticados e assim, movimentos corretivos são sempre esperados. "Vale ressaltar, infelizmente, que estes ajustes especulativos não podem ser caracterizados ainda, por uma reversão de tendência, mas sim, por arranjos ante as recentes volatilidades", explica.

Magalhães ainda acrescenta que as recentes baixas em Nova York não encontram reciprocidade em nenhuma origem produtora já que a realidade vivida nestes países são completamente diferentes dos discursos e análises dos especuladores baixistas.

Nos últimos dias, conforme noticiamos anteriormente, o mercado estava carente de novidades fundamentais. Desta forma, o movimento técnico estava influenciando bastante nas cotações, principalmente o câmbio.

Ontem, porém, os futuros despencaram com as notícias sobre a boa evolução da colheita no Brasil e também com fatores técnicos. De acordo com a Climatempo, uma frente fria conseguiu romper o bloqueio atmosférico no fim da semana passada, mas avança enfraquecida para alto-mar. Assim, as regiões produtoras brasileiras devem ter clima seco nos próximos dias, o que favorece a colheita.

Segundo estimativa da Safras & Mercado, divulgada na semana passada, a colheita de café da safra brasileira 2015/16 chegou a 28% até dia 9 de junho e está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2014/15, 32% da safra neste período já estava colhida. Ainda assim, ela está avançada contra a média dos últimos 5 anos, que para este período marca 26%. 

Mercado interno

Segundo Magalhães, independente de dólar ou bolsa os negócios não conseguem ganhar ritmo, deixando as praças de comercialização dentro de um grande vazio de ofertas e expectativas.

O tipo cereja descascado continua com maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 495,00 e queda de 1,39%. Foi a variação mais expressiva no dia.

O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 495,00 a saca e baixa de 1,39%. Foi a maior variação no dia.

O tipo 6 duro teve maior valor na cidade de Guaxupé-MG com R$ 441,00 e desvalorização de 1,56%. A maior oscilação no dia foi registrada na cidade de Espírito Santo do Pinhal-SP onde a saca subiu 2,38%, para R$ 430,00.

Na segunda-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou recuo de 2,85% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 417,51.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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