Café: Bolsa de Nova York encerra semana com leve baixa acompanhando clima, mas fica abaixo de US$ 1,40/lb

Publicado em 22/09/2017 17:52

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O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou a semana com leve baixa nesta sexta-feira (22), mas chegou a oscilar forte entre altas e baixas durante os últimos dias. Os operadores e envolvidos do mercado estiveram atentos às informações sobre o clima no Brasil, maior produtor e exportador do grão no mundo. Problemas com a produção do país impactam a oferta global.

O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 134,45 cents/lb com queda de 55 pontos, o março/18 registrou 138,10 cents/lb com recuo de 45 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 140,45 cents/lb e desvalorização de 45 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 45 pontos, fechando a 142,70 cents/lb.

Mercado do café NY - 22/09/2017
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 6ª feira – Fonte: Investing

"O clima no Brasil e a condição das lavouras são fatores importantes no mercado, pois La Niña está chegando e as áreas de café estão secas. A florada precoce foi relatada no Brasil devido às chuvas, mas voltaram a secar. Alguns produtores estão preocupados que as chuvas possam induzir a floração prematura e essas flores caírem, o que prejudica o potencial de produção global", disse em relatório o vice-presidente da Price Futures Group e analista de mercado, Jack Scoville.

Otimistas, nas últimas semanas, analistas internacionais chegaram a afirmar que a safra do próximo ano do Brasil poderia chegar a 60 milhões de sacas entre arábica e robusta. No entanto, o clima nas origens produtoras piorou, as chuvas não vieram e as temperaturas se elevaram. Boa parte das lavouras estão em intensa desfolha e, com isso, poucos ainda acreditam nesses números.

Diante dessas informações negativas para a safra, o mercado subiu forte e chegou a ficar acima de US$ 1,40 por libra-peso, mas vieram as previsões de chuvas para outubro e as cotações voltaram a recuar. Mapas da Climatempo apontam que entre 28 de setembro e 3 de outubro deve chover até 80 milímetros no Sul de Minas, 60 mm na Mogiana, 55 mm no Triângulo Mineiro e 35 mm no Cerrado. 

"Se (previsão de chuvas no Brasil) se materializarem, o mercado continuará a cair", disse à Reuters Carlos Mera, analista sênior de commodities do Rabobank. "Ainda precisamos de mais chuvas (nas áreas-chave de café). Mas é o início da estação chuvosa – mais chuvas virão". Os fundos de investimento também atuaram no mercado nos últimos dias.

Em entrevista recente ao Notícias Agrícolas, o meteorologista da Somar, Celso Oliveira, disse acreditar que as precipitações previstas para s próximas semanas podem salvar parte da florada e dar suporte até a regularização da safra. É possível, também, que ocorra uma segunda florada. As plantas no Brasil têm apresentado intensa desfolha por conta das altas temperaturas e baixo volume de chuva.

Enquanto o mercado está atento aos números da próxima safra que ainda nem está formada, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou sua previsão para a temporada atual, que já está praticamente colhida. Serão 44,77 milhões de sacas de 60 kg. A área total cultivada no país de 2,21 milhões de hectares, sendo 345,19 mil hectares em formação e 1,86 milhão de hectares em produção. Uma queda de 12,8% ante o ano anterior.

Mercado interno

Poucos negócios foram vistos ao longo da semana nas praças de comercialização do Brasil. O cenário só foi ampliado com as recentes baixas nos preços internos do grão. O Indicador Cepea chegou a cair quase R$ 10 por saca após subida recente.

"A baixa umidade do ar e as temperaturas elevadas no País têm prejudicado os cafezais, e agentes já relatam o aparecimento de pragas e doenças", reportou o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) em nota.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 520,00 e alta de 1,96%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Varginha (MG) com saca a R$ 485,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) e queda de 4,00% e saca R$ 480,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca a R$ 490,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com alta de 2,25% e saca a R$ 455,00.

Na quinta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 460,06 e queda de 0,27%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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