Café: Bolsa de Nova York recua 70 pts nesta 2ª feira e principais vencimentos ficam mais distantes de US$ 1,20/lb

Publicado em 12/03/2018 17:35

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As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) completaram a quarta sessão consecutiva de queda nesta segunda-feira (12). Os principais vencimentos já estão abaixo do patamar de US$ 1,20 por libra-peso, depois de queda de 70 pontos, acompanhando as oscilações no câmbio e informações sobre o desenvolvimento da safra 2018/19 do Brasil.

O vencimento março/18 encerrou a sessão cotado 118,15 cents/lb com queda de 70 pontos, já o maio/18 anotou 119,45 cents/lb com desvalorização de 70 pontos. Já o vencimento julho/18 anotou 121,70 cents/lb com baixa de 70 pontos e o setembro/18, mais distante, fechou o dia cotado a 123,90 cents/lb com recuo de 70 pontos.

Para o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville, a ICE tem trabalhado sem novidades e à procura de novas notícias que possam modificar a trajetória dos preços. "Os indicadores gráficos apresentam uma tendência de lado por enquanto em Nova York e especuladores continuam muito vendidos, mas estão começando a reduzir parte dessas posições", disse o especialista em informativo nesta segunda-feira.

O mercado externo já havia sentido pressão do dólar e de informações sobre o desenvolvimento da safra brasileira nos últimos dias. Ajustes técnicos também são eram registrados. Nesta segunda-feira, não foi diferente. O dólar comercial fechou o dia com alta de 0,20%, cotado a R$ 3,2580 na venda. A divisa é influenciada pelo cenário externo e intervenções do Banco Central.

O dólar mais alto ante o real tende a encorajar os embarques das commodities e os preços tendem a cair. O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou na sexta-feira que as exportações de café no país totalizaram 2,35 milhões de sacas em fevereiro, com receita cambial chegando a US$ 377.240 mil. Uma queda de cerca de 9% no volume embarcado em relação ao período do ano anterior.

"Os resultados deste mês estão dentro do previsto, com exportações mais modestas, porém preservando a grande participação do Brasil nas exportações de café do mercado mundial. Temos que levar em conta que fevereiro foi um mês mais curto, o que inevitavelmente afeta as exportações. Nossa expectativa é de que o mercado siga se comportando neste ritmo até a entrada da nova safra, em julho, quando estimamos um possível incremento nas exportações", afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.

Do lado fundamental, segue pesando sobre o mercado do arábica as informações sobre o desenvolvimento da safra brasileira. Consultorias chegam a estimar a possibilidade de colheita recorde neste ano, ao redor de 60 milhões de sacas de 60 kg e isso ajuda a pressionar as cotações. O setor produtivo, porém, diz acreditar que ainda é cedo para cravar esses números já que lavouras condições adversas durante a florada.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), prevê safra entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas neste ano.

"No próximo ano-safra brasileiro, de ciclo alto, o Brasil deverá exportar ao redor de 33 milhões de sacas e consumir ao menos 22 milhões de sacas. Precisaremos no mínimo de 55 milhões de sacas. Zeramos em 2017 os estoques governamentais e, com as 17 milhões de sacas que desaparecerão até junho próximo, chegaremos em julho, início do novo ano-safra, com baixíssimo estoque privado (na prática zerado)", disse em informativo o Escritório Carvalhaes.

Para 2019, ano em que o país tera safra de bienalidade negativa na maioria das regiões, a situação também preocupa. "A situação é muito apertada!", informa o escritório. Dessa forma, novas altas não estão descartadas nos próximos meses no mercado futuro do arábica por conta desse possível desequilíbrio entre oferta e demanda.

Um levantamento do Rabobank, um dos maiores bancos especializados em commodities do mundo, mostrou na semana passada que a safra brasileira neste ano pode ser bem abaixo das expectativas de outros analistas, citando danos causados por pragas. Com isso, a instituição reduziu suas estimativas para o país e elevou sua previsão para os preços futuros do arábica ao longo do ano. As informações são do site internacional Agrimoney. 

Mercado interno

Os negócios no mercado brasileira acontecem lentamente nas praças de comercialização do Brasil diante das recentes quedas externas. O Escritório Carvalhaes caracteriza a última semana, provavelmente, como uma das mais travadas do ano. "Saem negócios, mas bem abaixo do ritmo habitual do Brasil, maior produtor e exportador mundial. As ofertas dos compradores, incorporando as baixas na ICE, foram recusadas por grande parte dos cafeicultores", diz o escritório.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca a R$ 474,00 e queda de 0,42%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,14% e saca a R$ 445,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Poços de Caldas (MG) com saca cotada a R$ 464,00 e desvalorização de 0,43%. Foi a maior oscilação dentre as praças no dia.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 450,00 – estável. A maior oscilação no dia ocorreu em Espírito Santo do Pinhal (SP) com queda de 2,33% e saca a R$ 420,00.

Na sexta-feira (9), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 430,28 e queda de 0,16%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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