Café: Cotações do arábica encerram sessão desta 5ª feira com leve baixa em NY e revertem ganhos da véspera
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta quinta-feira (12) com leve baixa. O mercado externo do grão se acomoda tecnicamente depois da alta na véspera, mas também teve pressão do câmbio no pregão. O mercado parece se consolidar abaixo de US$ 1,20 por libra-peso.
O contrato maio/18 encerrou a sessão de hoje cotado a 117,90 cents/lb com queda de 25 pontos e o julho/18 anotou 120,00 cents/lb com recuo de 25 pontos. Já o contrato setembro/18 fechou o dia com 122,00 cents/lb e desvalorização de 30 pontos enquanto o dezembro/18, mais distante, caiu 30 pontos, a 125,30 cents/lb.
O mercado do arábica na ICE tem trabalho nos últimos dias acompanhando indicadores técnicos, já que os fundamentos parecem todos já ter sido precificados. Além da acomodação técnica, que reverteu hoje os ganhos da véspera, as cotações também tiveram pressão do câmbio, fator que impacta as exportações do grão.
Depois de oscilar dos dois lados da tabela, o dólar comercial fechou a sessão desta quinta-feira com alta de 0,63%, cotado a R$ 3,4080 na venda. A divisa foi impactada diante das informações de um tom mais ameno de Donald Trump com um possível ataque à Síria, favorecendo as compras dos investidores e a moeda voltou ao patamar de R$ 3,40.
"Com a queda..., devedores estão se aproveitando para pagar compromissos internacionais", justificou a Fair Corretora em relatório para a agência de notícias Reuters. O dólar mais alto em relação ao real tende a encorajar as exportações da commodity e os preços internacionais dos ativos tendem a recuar.
Recentemente, novidades fundamentais foram lançadas ao mercado, mas pouco refletiram sobre o mercado em mais uma demonstração de consolidação do atual patamar. Dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) mostram que as exportações totais de café no país totalizaram 2,52 milhões de sacas de 60 kg, com uma queda de 11% ante o ano anterior, e receita cambial de US$ 396,2 milhões.
Já sobre a temporada que terá colheita nos próximos dias, foram divulgadas novas estimativas. A consultoria Safras & Mercado apontou ontem (11) que a produção de café na safra 2018/19 pode totalizar um recorde de até 60,5 milhões de sacas de 60 kg. O volume representaria um aumento de até 20% ante a temporada 2017/18, apontada em 50,6 milhões de sacas.
Em sua última previsão para a safra atual, a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) prevê a produção de café do Brasil entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas neste ano levando em conta as duas variedades.
Mercado interno
O mercado físico de café segue com negócios isolados nos últimos dias depois de uma reação na semana passada, segundo informa o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP). "Os negócios envolvendo a variedade seguem em ritmo lento, com muitos agentes consultados pelo Cepea fora do mercado. Em relação aos preços, as cotações internas do arábica subiram, devido à valorização do dólar", disse.
O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 477,00 e queda de 0,42%. Foi a única oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 450,00 – estável. Não oscilação dentre as praças no dia.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca R$ 450,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Lajinha (MG) com alta de 1,20% e saca a R$ 420,00.
Na quarta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 429,50 e queda de 0,36%.