Café: Safra brasileira volta a repercutir no mercado e Bolsa de Nova York cai cerca de 300 pts nesta 2ª feira

Publicado em 16/04/2018 17:35

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As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram cerca de 300 pontos na sessão desta segunda-feira (16) e voltaram a níveis de junho de 2017. Além dos ajustes técnicos no início dos trabalhos e pressão do câmbio em parte do dia, o mercado externo do grão também acompanha as informações de ampla oferta brasileira na safra 2018/19.

O contrato maio/18 encerrou a sessão de hoje com queda de 305 pontos, cotado a 114,25 cents/lb, já o julho/18 anotou 116,55 cents/lb com recuo de 295 pontos. Enquanto que o setembro/18 registrou 118,65 cents/lb com baixa de 290 pontos e o dezembro/18 anotou 122,15 cents/lb e 275 pontos de desvalorização. Essa é a terceira sessão consecutiva de baixa.

Em uma clara referência a falta de novidades no mercado, um trader explicou à Reuters internacional a necessidade de novos fundamentos para modificar os preços. "Um evento climático é o que precisamos para que os mercados de açúcar e café decole. Sem isso, os preços provavelmente ficarão estáveis ou mais baixos", disse um trader dos Estados Unidos.

Os fundamentos pouco impactaram no mercado do café nos últimos dias. As cotações eram mais impactadas por fatores técnicos e câmbio, como também ocorreu nesta segunda. No entanto, de acordo com agências internacionais, o mercado passou a repercutir com maior força na sessão informações sobre a safra 2018/19 do Brasil, que começará a ser colhida nos próximos meses.

Em divulgação recente, a consultoria Safras & Mercado estimou que a produção de café na safra 2018/19 pode totalizar um recorde de até 60,5 milhões de sacas de 60 kg. O volume representaria um aumento de até 20% ante a temporada 2017/18, apontada em 50,6 milhões de sacas. A estimativa ocorre em um cenário de bienalidade positiva para a maioria das lavouras, retomada do conilon e melhores condições climáticas.

"É verdade que o atraso nas floradas, associado à seca e à temperatura acima da média no início da primavera em 2017 colocaram em xeque o potencial produtivo do arábica, especialmente na Mogiana em São Paulo e no Sul de Minas. No entanto, as lavouras conseguiram se recuperar", disse Barabach.

A última previsão da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) prevê a safra de café do Brasil entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas neste ano.

De acordo com previsões do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), áreas produtoras de café seguem com instabilidades nesta semana. No entanto, na maior parte do Sudeste brasileiro as precipitações caem em forma de pancada e bastante isoladas. A partir de quarta-feira as nebulosidades diminuem sobre a região.

Movimentos técnicos também foram registrados na sessão desta segunda em sequência aos últimos dias, como por exemplo rolagens de posição do maio para o julho. Além disso, o câmbio também deu suporte aos preços externos do grão em parte do dia. No entanto, a divisa acabou fechando o dia com queda de 0,35%, a R$ 3,4150 na venda. O câmbio impacta nas exportações da commodity.

Mercado interno

Os negócios com café seguem isolados neste início de semana nas praças do Brasil. "Os preços considerados baixos e o instável quadro internacional e nacional levam os cafeicultores a hesitarem bastante na hora de vender sua produção, resultado de um ano de trabalho duro e exaustivo", disse em relatório na última sexta-feira o Escritório Carvalhaes.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 470,00 e queda de 1,88%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 3,19% e saca R$ 455,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 445,00 e queda de 1,11%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 2,44% e saca cotada a R$ 440,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) com saca R$ 440,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 3,59% e saca a R$ 430,00.

Na sexta-feira (13), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 430,78 e queda de 0,59%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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