Café: Bolsa de Nova York sobe quase 500 pts nesta 6ª feira e se recupera de mínimas de 4 anos

Publicado em 06/07/2018 17:57

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Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta sexta-feira (06) com alta próxima de 500 pontos e se recuperaram de mínimas de quatro anos. O avanço do dia, no entanto, não teve forças para reverter as perdas acumuladas ao longo da semana, que ficaram em cerca de 0,85%.

O vencimento setembro/18 encerrou a sessão de hoje com alta de 495 pontos, cotado a 114,10 cents/lb e o dezembro/18 anotou 117,55 cents/lb com avanço de 495 pontos. Já o março/19 anotava 121,10 cents/lb com valorização de 495 pontos e o maio/19, mais distante, registrou 123,50 cents/lb com 490 pontos de perda.

Depois da pressão fundamental durante parte da semana, que levou as cotações externas a até US$ 1,069 por libra-peso, o mercado externo do arábica teve suporte fundamental na sessão de hoje do câmbio e compras, mas também seguiu o cenário externo diante da adoção de tarifas pelos Estados Unidos e ajustes técnicos ante os últimos dias.

"Esse foi o maior rali diário desde junho de 2017, parcialmente apoiado pela firmeza do real contra o dólar norte-americano", disse a Reuters internacional com base no relato de operadores.

O dólar comercial fechou o dia com queda de 1,67% nesta sexta, cotado a R$ 3,3687 na venda, em movimento de correção e fluxo pontual de venda, segundo a Reuters. A divisa mais baixa ante o real tende a desencorajar as exportações da commodity e os preços externos sobem. Na semana, a moeda teve queda de 0,22%.

Além disso, em menor intensidade, segundo destacou agências internacionais, a avaliação da adoção de tarifas pelos Estados Unidos em importações. Os traders agora buscam estar bem posicionados para encarar os efeitos práticos desta disputa, que já é considerada uma das maiores da história pelo país e a China.

Fundamentalmente, do lado negativo, pesou sobre os últimos dias sobre as cotações, as informações sobre a colheita no Brasil e a expectativa de alta produção nesta temporada. Levantamentos de consultorias nacionais e internacionais chegam a estimar colheita de até 60 milhões de sacas de 60 kg.

De acordo com levantamento da Safras & Mercado, a colheita de café no Brasil está em cerca de 45% e segue atrasada em relação à média dos últimos cinco anos, que é de 1%. A consultoria estima a produção brasileira neste ano em 60,5 milhões de sacas de 60 kg entre as variedades arábica e conilon.

Segundo o analista da Safras & Mercado, Gil Carlos Barabach, a colheita de arábica começa a ganhar corpo e alcança 38% da safra, contra 41% em igual época do ano passado e 38% para média do período. "Os trabalhos com conilon, embora mais ágeis, seguem bem atrasados, por conta do problema inicial com excesso de umidade e o retardo no amadurecimento dos frutos", afirma.

Paralelamente, a OIC (Organização Internacional do Café) diminuiu sua previsão para a produção global de café em 2017/18 para 158,56 milhões de sacas, ante as 159,66 milhões previstas anteriormente. Com isso, o déficit global deve chegar a 1,36 milhão de sacas, segundo o órgão.

Leia mais:
» OIC corta estimativa para produção de café em 2017/18 para 158,56 mi sacas

Mercado interno

Os negócios no mercado brasileiro seguiram bastante lentos nos últimos dias. "A queda nos preços externos da variedade tem mantido boa parte dos vendedores afastada, com fechamentos ocorrendo especialmente em dia de alta do dólar. Além disso, muitos produtores consultados pelo Cepea têm dado preferência a entregas programadas e ao cumprimento de contratos", informou em nota o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).

Nesta sexta-feira, o café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 453,00 e alta de 0,67%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Franca (SP) com avanço de 4,44% e saca a R$ 470,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca cotada a R$ 490,00 e alta de 6,52%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 e alta de 4,44%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.

Na quinta-feira (05), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 441,79 e queda de 0,96%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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