Café: Cotações do arábica voltam a cair nesta 2ª feira em NY com dólar e atenção para safra brasileira

Publicado em 24/09/2018 16:43

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As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltaram a recuar na sessão desta segunda-feira (24). O mercado externo se acomoda tecnicamente depois das altas do final da semana passada e volta a sentir pressão da valorização do dólar ante o real e informações sobre a safra brasileira.

O vencimento dezembro/18 fechou o dia com queda de 140 pontos, a 98,50 cents/lb e o março/19 anotou 101,90 cents/lb com recuo de 140 pontos. Já o contrato com vencimento para maio/19 registrou 104,35 cents/lb e baixa de 140 pontos e o julho/19 teve desvalorização de 135 pontos, a 106,75 cents/lb.

Depois de fechar a semana passada com leve alta, o mercado externo do arábica voltou para o lado vermelho da tabela com pressão do câmbio e informações mais otimistas sobre a safra 2018/19 do Brasil. Nesta temporada, estima-se colheita recorde ou próxima disso no país, maior produtor e exportador.

"No Brasil o clima favorável aponta para a abertura de uma nova florada, a principal, e o mercado ficará de olho para ajustar suas expectativas. Hoje o consenso é de que o ano-safra de 2019/2020 ainda terá um superávit mundial, não as atuais 8.6 milhões de sacas de 18/19, mas talvez metade disto", afirma Rodrigo Costa, analista e diretor da Comexim nos Estados Unidos.

O dólar comercial voltou a subir ante o real nesta segunda à espera de mais uma pesquisa de intenções de votos do Ibope, divulgada mais tarde. A divisa fechou o dia com alta de 1%, cotada a R$ 4,0880 na venda. As oscilações cambiais impactam diretamente nas exportações das commodities, mas em compensação influenciam nos preços.

Além disso, o otimismo com a produção no Brasil na safra 2018/19 também ainda permeia os futuros do arábica. "Ideias de forte produção no Brasil e no Vietnã, juntamente com o enfraquecimento das moedas de mercados emergentes estão mantendo os futuros sob pressão de venda", disse em relatório o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou na última terça-feira (18) que a produção brasileira de café pode totalizar neste ano 59,9 milhões de sacas beneficiadas de 60 kg. Essa seria a maior produção na história do país. Os trabalhos de colheita caminham para a finalização no país.

Os estoques de café da Europa aumentaram 2,3% no último mês de agosto, segundo dados divulgados pela Federação Europeia do Café (ECF, na sigla em inglês) nesta segunda-feira. Com isso, o volume armazenado no final do mês atingiu 705.483 toneladas, acima das 689.372 toneladas do mês anterior.

Leia mais:
Estoques de café na Europa sobem 2,3% em agosto, diz ECF

Mercado interno

Os negócios no mercado brasileiro de café seguiram lentos nos últimos dias. "Mesmo nestes anos de forte crescimento do consumo mundial e de grandes lucros para o comércio internacional, as bases de preços praticadas no mercado físico de café são ruinosas para a maioria dos cafeicultores em todo o mundo", disse em informativo o Escritório Carvalhaes.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com saca a R$ 445,00 – estável. A maior oscilação ocorreu em Varginha (MG) com alta de 1,18% e saca a R$ 430,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação no dia em Franca (SP) com saca cotada a R$ 420,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,48% e saca a R$ 417,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Vitória (ES) com saca a R$ 435,00 – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Lajinha (MG) com queda de 1,27% e saca a R$ 390,00.

Na sexta-feira (21), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 409,74 e queda de 0,38%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Carlos Rodrigues

    Esta na hora das cooperativas cumprirem a suas funções que é salvaguardar os interesses dos produtores .. ninguém compreende como é que com os preços actuais as cooperativas não recomprem posições vendidas pelos fundos e dessa forma estancar a sangria...

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