CNC e CNA negociam medida contra endividamento e baixos preços com Governo

Publicado em 15/03/2019 14:00
Para o curto prazo, representantes dos produtores trabalham a realização de programas de opções ou de equalização de preços e escoamento

O Conselho Nacional do Café (CNC) e a Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizaram reunião conjunta, na terça-feira, 12 de março, em Brasília (DF), para debater a renegociação das dívidas dos produtores e ações que garantam renda aos cafeicultores. O encontro é encaminhamento da audiência realizada na sede do Conselho, em 28 de fevereiro.

Diante das constantes quedas no mercado cafeeiro, o presidente do CNC, Silas Brasileiro, recorda que, em 7 de fevereiro, expôs à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, que o mercado é especulativo e, caso não haja reação dos preços, o Governo precisa acenar a implantação de programas com recursos das Operações Oficias de Crédito (2OC) do Tesouro Nacional.

“Além disso, para mitigar os impactos das baixas dos preços e do endividamento, o CNC e a CNA vêm desenvolvendo ferramentas para serem operacionalizadas junto aos agentes financeiros, as quais permitam que a cafeicultura não se veja dependente exclusivamente de ações do Governo Federal”, explica.

Os presidentes comentam, ainda, que os problemas atuais precisam ser resolvidos, mas o setor precisa de ações de médio e longo prazos para que o problema não se repita.

Ainda na terça-feira, as lideranças da produção se reuniram com o secretário de Política Agrícola e o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Mapa, Eduardo Sampaio e Silvio Farnese, respectivamente, pleiteando junto ao Governo a implantação de programas que possam sanar a crise vivenciada por muitos produtores já no curto prazo.

Segundo eles, vem sendo considerada a implementação de um programa de opções e/ou de um prêmio equalizador ou de escoamento, os quais virão para mitigar os efeitos da crise vivida, principalmente pelos cafeicultores de montanha.

Também como medida de curto prazo, eles reportam que as entidades vêm negociando com o Banco do Brasil, por exemplo, a possibilidade de repactuação do passivo dos produtores. A ideia é atrelar o refinanciamento a instrumentos de gestão de risco e a contrapartidas por parte do cafeicultor.

Um dos pontos que vem sendo negociado é que os mutuários que se interessem por essa virtual possibilidade cumpram algumas exigências como não expandir áreas de produção, ter assistência técnica para melhorar a capacidade de pagamento e somente ter acesso a novos créditos após quitar pelo menos 50% da renegociação.

Os presidentes concluem que essa medida é imprescindível para que sejam beneficiados somente os produtores necessitados, pois, caso não haja essa trava para ajudar apenas aos que precisam, surge uma possibilidade de elevação desregrada de oferta ao liberar o acesso a quem não tem necessidade, o que ocasionaria desequilíbrio em relação à demanda, aviltando ainda mais os preços.

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Fonte: CNC

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