Procafé: Esparramação do cisco no pós-colheita em cafeeiros é importante e facilitada

Publicado em 17/09/2019 12:00

A esparramação ou chegada de cisco é uma prática em cafezais que vem sendo deixada de lado nos últimos anos, devido ao desconhecimento da sua importância e da forma mais fácil pra sua execução, objetivando seu menor custo. Ela é  uma operação que visa retornar, para junto da linha de cafeeiros , os resíduos acumulados no meio da rua,  em função da  colheita do café, seja aqueles depositados pelo trabalho de arruação, seja os oriundos da própria colheita, como folhas,  galhos, terra, frutos  remanescentes etc.

A importância do retorno desses resíduos, mais conhecidos como cisco, para debaixo da linha de cafeeiros, tem sido pouco estudada, porém trabalho recente mostra que, em 3 safras avaliadas,  a média produtiva saltou de 35,2 scs/ha para 43,9 scs com a chegada do cisco, em experimento realizado em Araguari-MG (Santinato et alli, in- Anais do 42º CBPC, 2016, p. 121), portanto, com aumento de cerca de 25%  favorável à prática conhecida como chegada  mais dirigida do cisco.

Tradicionalmente, a esparramação do cisco era efetuada com a enxada, acoplando a mesma a uma capina do mato existente na ocasião, isto realizado um certo tempo após à colheita.  Hoje em dia a chegada do cisco  deve ser  feita o quanto antes após à varrição e recolhimento do café do chão. A realização mais cedo  é adequada por que os resíduos, constituídos de folhas,  galhos, terra solta etc vão, também mais cedo,  proteger o solo e economizar água junto aos cafeeiros e, ainda, logo estarão mais disponíveis para servirem de adubo para os cafeeiros.

Quanto ao processo de esparramação, atualmente, nas áreas mecanizáveis, verificou-se, em trabalho avaliado na Fda Ouro Verde, em Bocaiuva-MG, que pode-se efetuar a prática, mais facilmente,  com o equipamento conhecido como “varre tudo”, acoplado ao trator, existindo várias marcas no mercado. É o  mesmo equipamento usado pra arruação, juntando/enleirando  o cisco, antes da colheita e pra varrer os frutos de café, para seu recolhimento, em seguida por outro equipamento. Ele é constituído de um conjunto de 2 rastelos giratórios e de um sistema de ventilação. No processo de esparramação o modo operacional consiste em desligar o ventilador e, através de comando próprio, troca-se o sentido de rotação dos rastelos, que, atualmente, são acionados por motores hidráulicos, bastando inverter o fluxo de óleo, e, assim, rodando  no sentido inverso, jogam pra fora os resíduos existentes na rua,  que vão parar junto e debaixo dos cafeeiros. A velocidade operacional observada no campo varia conforme a quantidade de material a esparramar, a normal seria de cerca de 2 Km por hora, mas existindo pouco material pode-se operar até com 5 km por hora, com rendimento de 1 a 1,5 ha por hora, considerando o tempo das manobras.

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J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé e Lazaro Soares  Pereira – Eng Agr e John Duarte- Tec. Agr. Fda Ouro Verde

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