Demanda não deve sofrer impactos mesmo com importantes consumidores assumindo a postura "lockdown"

Publicado em 21/05/2020 14:36 e atualizado em 24/05/2020 09:03

Os números de exportação e consumo tanto no Brasil, em importantes consumidores do café brasileiro, comprovam que apesar da pandemia o consumo foi mantido, ainda que importantes consumidores como Europa e Estados Unidos tenham assumido a postura "lockdown", aconteceu um pico nas compras e não houve interrupção na cadeia. 
Para o analista de mercado Rodrigo Costa, direto de Nova York, apesar do cenário econômico de modo geral, com perdas de trabalho e recuo no crescimento da economia em importantes potências, está confiante de que o cenário nos meses pós pandemia será de manutenção na demanda, sem crescimento e nem decréscimo. 

Até lá, no entanto, Rodrigo afirma que o cenário precisará ser analisado no dia a dia, levando sempre em consideração quanto tempo o isolamento social será mantido, tendo em vista que parte do consumo de café pode ser fortemente afetado com cafeterias e padarias fechadas mundo afora. "Neste momento tudo é muita especulação, temos que fazer a leitura gradual de acordo com as novas informações que teremos", comenta. 

A safra, que já está sendo colhida, por ser de ciclo alta, Rodrigo acredita que dá suporte ao consumo do café brasileiro quando falamos em disponibilidade de mercado. Vale lembrar que atualmente os estoques nas principais regiões do Brasil estão praticamente vazios e é considerado um momento histórico na entressafra do maior produtor e exportador de café do mundo.  "Em minha opinião não terá impacto negativo para sua utilização também pelo mercado conquistado e preços relativamente mais atrativos em função também da desvalorização do real", comenta. 

Em questões de valores na Bolsa de Nova York (ICE Future US), Costa acredita que a tendência é de que os preços fiquem entre 100 e 120 cents/lbp. Além disso, destaca que apenas uma queda expressiva na demanda mundial faria com que os preços ficassem abaixo desse valor. Importante lembrar que o produtor de café no ano passado enfrentou preços bem abaixo do que era esperado e que os valores voltaram a subir apenas entre novembro e dezembro, período que marcou uma explosão de preços da commoditie.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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