Preços do café podem romper níveis de 110 cents/lbp após finalização da colheita

Publicado em 24/07/2020 14:46 e atualizado em 24/07/2020 16:25

Focado na colheita no Brasil, o produtor de café foi surpreendido nesta semana com mais uma explosão de preço na Bolsa de Nova York (ICE Future US). O mercado reagiu às notícias climáticas e a baixa do dólar ante ao real e teve um pregão com altas acima de 600 pontos nos últimos dias.

Em live realizada no Instagram da Safras & Mercados, o analista de café Gil Barabach destacou que há espaço para os preços romperem a casa de 110 cents/lbp, mas que a retomada mais expressivas dos valores em Nova York devem acontecer após a finalização da colheita no Brasil. "O mercado teve um rali muito alto e a dúvida que tínhamos era se ele ia corrigir ou sustentar os preços, e tudo indica que está sustentando. O próximo passo é romper novas resistências", afirmou o analista. 

Números levantados pela Safras indicam que durante os picos nos preços, os negócios foram fechados com um preço médio de R$ 600,00. "Isso acelerou bastante o ritmo de venda, agora o produtor basicamente vem escalonando as vendas e trabalhando de forma cadenciada. Aquele produtor que está precisando de caixa a curto prazo, ele vai vir pro mercado e cobrir as necessidades, mas as melhores oportunidades devem acontecer agora no segundo semestre", disse. 

Durante o bate papo, Gil destacou que nos últimos meses o produtor de café aproveitou as altas do dólar para fazer bons negócios, se falando em comercialização da safra, vale destaca que parte do volume já havia sido travado antes mesmo do início da colheita, quando Nova York registrou valorizações expressivas no final do ano passado e no primeiro trimestre de 2020. 

O levantamento da Safras para os preços do café confirmam que o dólar foi quem ditou o ritmo do mercado, ultrapassando as questões fundamentis da Bolsa de Nova York. Os números indicam que até o momento, Nova York registrou alta de 21%, enquanto o dólar subiu cerca de 31% nos últimos meses. 

A análise destacou ainda que com o fim da colheita no Brasil, o mercado deve voltar as atenções para o tamanho da produção da próxima safra, que tem como tendência ser menor que a safra 2020/21, olhar as questões climáticas no período de florada e romper novos níveis de mercado.

Vale lembrar que a estimativa de produção para este ano da consultoria é de 68 milhões de sacas de 60 kg. O levantamento semanal da Safras & Mercado indicou que até o dia 21 de julho a colheita estava em 71%, apresentando um ritmo de colheita mais lenta do que no ano passado, consequência do grande volume e também da pandemia do Coronavírus. 

A expectativa para o dólar, de acordo com o analista, é de um câmbio que deve andar de lado nos próximos dias, esperando uma notícia positiva para o mercado financeiro. "O câmbio perdeu um pouco de força, mas ainda em função dessa incerteza e deve permanecer volátil. A curto prazo teremos um câmbio andando de lado e com viés de baixa", explicou. 

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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