Café finaliza acima dos 130 cents/lbp com otimismo com consumo e menor oferta do Brasil

Publicado em 22/02/2021 16:38
Conilon teve acima de US$ 40 por tonelada; físico tem valorização, mas produtor cauteloso

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A semana começou com valorização expressiva para o mercado futuro do café arábica e conilon, nas Bolsas de Londres e Nova York. Os contratos do café arábica chegaram a subir mais de 600 pontos em Nova York e finalizaram com valorização acima de 500 pontos, enquanto Londres registrou ganhos acima de US$ 40 por tonelada para o conilon. 

Março/21 teve alta de 595 pontos, valendo 133,45 cents/lbp, maio/21 subiu 580 pontos, negociado por 134,95 cents/lbp, julho/21 subiu 570 pontos, negociado por 136,70 cents/lbp e setembro/21 subiu 550 pontos, valendo 138,30 cents/lbp. 

Em Londres, a valorização foi acima dos US$ 40 por tonelada. Março/21 teve alta de US$ 48 por tonelada, valendo US$ 1391, maio/21 subiu US$ 47 por tonelada, negociado por US$ 1416, julho/21 teve alta de US$ 48 por tonelada, valendo US$ 1431 e setembro/21 também registrou alta de US$ 48 por tonelada, valendo US$ 1445.

Desde semana passada o mercado de café é impulsionado por um sentimento mais otimista em relação à demanda nos Estados Unidos. Segundo analistas ouvidos pelo Notícias Agrícolas, a previsão de uma vacinação em massa, nos Estados Unidos e na Inglaterra, dá suporte de alta, levando em consideração que o consumo fora de casa voltaria acontecer em dois importantes consumidores de café. 

"O mercado está muito esperançoso de que a vacinação em massa, principalmente nos Estados Unidos e Inglaterra, fará com que as pessoas voltem para as ruas, e com isso voltem a frequetentar cafeterias e restaurantes. ", afirmou Haroldo Bonfá em entrevista ao Notícias Agrícolas durante o pregão.

Outro suporte para os preços são as condições das lavouras brasileiras. Apesar do retorno das chuvas no início do ano, as condições das lavouras para 2022 já preocupam o setor. Especialistas afirmam que o desenvolvimento da planta já está com, pelo menos, três meses de atraso na principal região produtora do país. 

Haroldo destaca ainda que sem uma grande produção de café para entrega no segundo semestre, o mercado já responde com valorização. "Como o Brasil não terá café suficiente para embarcar no segundo semestre, isso já está fazendo com o que o mercado antecipe os preços", acrescenta. 

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Preocupação com seca e otimismo com a demanda dão suporte aos preços 

O analista de mercado Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, reforça que o setor acompanhando as condições do clima no Brasil mesmo após o retorno das chuvas. "O clima, de modo geral, está muito instável. Quem garante que não vamos ter um inverno muito frio no Brasil? Nós não temos estoques sobrando, mesmo que o clima seja positivo em 2021 e 2022, o cenário será apertado. Estamos em um momento de equilíbrio precário entre produção e consumo no mundo", comenta. 

A seca no Brasil também foi destaque na análise do site internacional Barchart. " Os preços do café estão subindo hoje devido às condições de seca no Brasil que podem reduzir a produtividade do café depois que a Somar Meteorologia informou hoje que as chuvas na semana passada em Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do Brasil, mediram apenas 30,2 mm, ou 61% da média histórica", afirmou a publicação.

No caso do café conilon, a análise destaca ainda que o preço tem suporte em uma produção mais baixa no Vietnã. O Escritório Geral de Estatísticas do Vietnã informou na última quinta-feira que as exportações de café do Vietnã em janeiro caíram -17,6%. Além disso, a Associação Nacional do Café do Vietnã em 19 de janeiro projetou que a produção de café do Vietnã cairia de -10% para -15 este ano devido a desastres naturais e menores investimentos resultantes de preços baixos", diz a publicação. Já para a produção brasileira, a Conab prevê um incremento de até 16% na safra 21 de conilon. 

No Brasil, o mercado físico acompanhou o exterior e finalizou com valorização nas principais praças produtoras do país. Apesar da valorização, com a incerteza da safra, o produtor se mantém cauteloso e escolhe fechar negócios na medida que precisa de caixa. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 4,24% em Guaxupé/MG, valendo R$ 737,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 3,76%, negociado por R$ 690,00, Patrocínio/MG registrou valorização de 2,14%, negociado por R$ 715,00, Varginha/MG teve alta de 3,52%, estabelecendo os preços por R$ 735,00, Araguarí/MG teve alta de 1,43%, valendo R$ 710,00 e Franca/SP teve valorização de 5,71%, negociado por R$ 740,00.

O tipo cereja descascado teve alta de 4% em Guaxupé/MG, valendo R$ 780,00, Poços de Caldas/MG registrou alta de 3,45%, valendo R$ 750,00, Patrocínio/MG teve alta de 2%, valendo R$ 765,00 e Varginha/MG registrou valorização de 6,67%, estabelecendo os preços por R$ 800,00.

O dia também foi de valorização para outras commodities, o que também deu suporte para os preços do café. Nesta segunda-feira, os preços do petróleo WTI e Brent saltaram mais de 3%, acima dos US$ 60 o barril. A commoditie acompanhou no dia sinais de retomada bastante lenta da produção nos Estados Unidos, após onda de frio, e expectativas da demanda.

 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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