Café encerra a semana acumulando recuos nas bolsas

Publicado em 24/06/2022 16:42
Arábica em NY e conilon em Londres tiveram 6ªfeira de desvalorizações

Os preços futuros do café do tipo arábica finalizaram as atividades desta sexta-feira (24) com a Bolsa de Nove York (ICE Futures US) registrando flutuações em campo negativo. 

O vencimento julho/22 foi cotado à 226,60 cents/lbp com desvalorização de 585 pontos, o setembro/22 valeu 223,25 cents/lbp com queda de 575 pontos, o dezembro/22 foi negociado por 221,45 cents/lbp com perda de 580 pontos e o março/23 teve valor de 219,50 cents/lbp com baixa de 580 pontos.    

Na Bolsa de Londres, os preços futuros do café tipo conilon também se mantiveram operando em campo negativo neste último dia da semana. 

O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 2.027 por tonelada com desvalorização de 42 dólares por tonelada, o setembro/22 valeu US$ 2.044 por tonelada com perda de 42 dólares por tonelada, o novembro/22 foi negociado por US$ 2.037 por tonelada com queda de 39 dólares por tonelada e o janeiro/23 teve valor de US$ 2.024 por tonelada com baixa de 34 dólares por tonelada. 

Segundo informações da SAFRAS & Mercado, o mercado internacional de café teve uma semana de intensa volatilidade diante das instabilidades na economia global. “Segue a aversão ao risco nos mercados diante das preocupações com inflação e recessão nos Estados Unidos e globalmente. As medidas de bancos centrais, como o Federal Reserve nos EUA, de elevar juros e tentar frear a inflação geram temores de desaceleração nas economias e nos mercados agrícolas isso traz apreensão em torno de queda no consumo”. 

Para a Bolsa de Nova York, a consultoria destaca que, após o café arábica subir bem na terça e quarta-feira em função da queda em estoques certificados da bolsa e alguma apreensão com a oferta, os preços tombaram na quinta-feira (23) em meio à fuga dos investidores dos mercados de commodities pelas instabilidades e temores nas economias. A alta do dólar contra o real e outras moedas também pressionou o café nas bolsas de futuros. 

“O mercado deve seguir muito influenciado pelos fatores financeiros globais. Mas, a preocupação com queda em estoques da bolsa e com o inverno no Brasil, que sempre gera temores de geadas, e cautela dos investidores, tende a dar suporte às cotações nos fundamentos”, aponta a SAFRAS. 

No mercado físico brasileiro a sexta-feira também foi negativa. O café arábica tipo 6/7 teve perdas em Guaxupé/MG, Poços de Caldas/MG, Patrocínio/MG, Varginha/MG, Campos Gerais/MG e Franca/SP. 

O café arábica tipo 6 recuou em Guaxupé/MG, Poços de Caldas/MG, Patrocínio/MG, Varginha/MG, Campos Gerais/MG, Franca/SP, Rio Grande do Sul e Oeste da Bahia, mas teve alta em Maringá/PR. Por fim, o café cereja descascado caiu em Guaxupé/MG, Poços de Caldas/MG, Patrocínio/MG, Varginha/MG e Campos Gerais/MG. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira 

Já o mercado físico brasileiro de café mostrou-se melhor sustentado, de acordo com a SAFRAS & Mercado. O dólar comercial subiu nos últimos sete dias 4%, fechando a quinta-feira a R$ 5,23, dando suporte aos cafés em reais.  

Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o atraso na colheita e a pouca disponibilidade física colabora com a firmeza, especialmente entre os arábicas de bebida melhor. Os chamados café do grupo 1 (cereja e bebida fina e boa) também encontram sustentação na melhora da demanda, que busca no Brasil uma alternativa para a menor disponibilidade de suave colombiano. “Porém, uma melhora na oferta disponível, diante do andamento melhor da colheita da safra, pode ajudar o fluxo e tirar um pouco de força dos preços. Os riscos do inverno brasileiro, que iniciou oficialmente na última terça-feira (21), devem continuar no radar, atenuando eventuais investidas de baixa”, adverte. 

No balanço dos últimos sete dias, o café arábica bebida boa no sul de Minas Gerais subiu na base de compra de R$ 1.320,00 para R$ 1.350,00 a saca, elevação de 2,3%. “É verdade que continua abaixo do pico nominal do início de fevereiro, mas mostra muita força na entrada de safra, o que facilita a vida daquele produtor que está precisando fazer caixa para cobrir despesas de colheita”, afirma Barabach. 

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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