Café: Buscando reconhecimento e abertura de mercados, Vale da Grama protocola pedido de Indicação Geográfica

Publicado em 10/07/2023 14:51 e atualizado em 10/07/2023 17:10
Ação em parceria com o Sebrae tem foco em reconhecer a qualidade dos cafés da região e também leva mais segurança ao consumidor final

Com mais de 30 regiões produtoras de café em seu território, o Brasil continua avançando em termos de produção, produtividade, qualidade e também de reconhecimento das origens produtoras. Buscando mais espaço nos mercados interno e externo, no último dia 4 de julho a região do Vale da Grama protocolou no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) de IG - Indicação de Procedência para o Café do Vale da Grama. 

A ação, que foi desenvolvida pelas lideranças locais em parceria com o Sebrae, tem como objetivo fazer com que o café da região seja reconhecido pela sua qualidade, melhorar acesso ao mercado e promover o desenvolvimento regional. 

Para Valdir Duarte, presidente da Associação dos Cafeicultores do Vale da Grama, o retorno positivo do INPE pode trazer desenvolvimento além do campo para a região. Desde 2004, na fundação da Associação, os cafés da região se destacam nos concursos de qualidade no Brasil. 

"Foi feito um trabalho, um diagnóstico, veio uma equipe e o Sebrae nos ajudou muito e essa consultoria fez uma análise e viu tínhamos o potencial de ter o registro. Foi um trabalho grande, montamos um projeto que envolve diretoria, produtores, poder público e o Sebrae e começamos um plano de trabalho com três anos de duração. Trabalhamos forte porque pegamos dois anos da pandemia, fazer algo acontecer no formato online parecia algo impossível, mas todo o grupo envolvido vestiu a camisa do projeto", disse ao Notícias Agrícolas. 

Enquanto aguarda o retorno do INPI, Valdir explica que os trabalhos continuam no sentido de explicar para a comunidade local a importância da IG e como o selo pode ajudar a alavancar os negócios da região. "O Café Vale da Grama passa a ser conhecimento nacionalmente e interncionalmente. Os produtores já fazem parte dessa IG, o que eles precisarão é seguir um caderno de especificação que vai determinar os padrões de qualidade para o Vale da Grama, o que não é díficil porque o solo já produz café especial, não podemos estragar o que o solo fez", acrescenta. 

Junior Correia - Gestor de Agronegócio do Sebrae, explica que o Sebrae acredita que a indicação geográfica não pode ser considerada "apenas" um selo, mas sim uma importante ferramenta de desenvolvimento territorial para o mercado. "Ela promove a integração de outros setores e o desenvolvimento da economia. Ficamos felizes de apoiar o Vale da Grama porque é uma região com muita coisa para oferecer. O café produzido tem muita qualidade, mas o selo também garante ao consumidor a condição de conhecer a origem e ter também a rastreabilidade da bebida que está consumindo", afirma. 

A partir de agora o INPI seguirá com os trâmites para garantir que o pedido seja atendido. As próximas fases são definidas em realização de exame preliminar e na sequência o exame de mérito, que é fase em que se concede o registro. "O tempo (de espera) é indeterminado, pois depende da análise do INPI, bem como o cumprimento do tempo de resposta das exigências solicitadas, se necessárias", explica. O INPI deverá analisar o pedido e realizar a devolutiva, enquanto isso, a governança envolvida continuará trabalhando na execução das fases seguintes do projeto.

 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Semana agitada: Arábica recua quase 5% só nesta 6ª e finaliza mais próximo de 220 cents/lbp
Café em Prosa #168 - ESG dentro e fora da porteira: "Ninguém faz verde estando no vermelho", afirma gerente de sustentabilidade da Cooxupé
Brasil vai responder UE com dados: Estudo mostra que cultivo de café conilon no Espírito Santo possui balanço de carbono negativo
Café: Com colheita avançando bem e ajustes nos preços, arábica perde mais de mil pontos
Colheita de café 24/25 do Brasil alcança 21%, diz Safras & Mercado