Brasil terá café suficiente para exportação e consumo em 2025, se chuvas continuarem, diz CNC
SÃO PAULO (Reuters) - A despeito de expectativas de uma queda na produção de café arábica do Brasil em 2025, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, afirmou que, se as atuais chuvas continuarem até a colheita, o Brasil deve ter oferta suficiente neste ano para atender as exportações e o consumo interno do país.
"Em geral, estamos vivendo um momento em que, com chuvas regulares nas principais regiões produtoras no período em que ocorre o desenvolvimento do fruto, ou seja, o 'enchimento' do grão de café", afirmou Brasileiro em nota semanal.
"Se tivermos precipitações e temperaturas como estão ocorrendo neste momento, teremos, sim, uma produção -- como já afirmamos anteriormente -- suficiente para as exportações e o consumo interno", acrescentou ele.
O país é o maior produtor e exportador de café, sendo também o segundo consumidor global, atrás dos Estados Unidos.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulga sua primeira estimativa da safra de café do Brasil de 2025 no próximo dia 28, enquanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou nesta semana uma queda de 6,8% na produção brasileira deste ano, para 53,2 milhões de sacas de 60 kg.
Uma previsão preliminar da Safras & Mercado estima a produção de café do Brasil em 62,45 milhões de sacas, uma queda de 5% ante a temporada anterior, mas mais de 9 milhões de sacas acima da projeção do IBGE.
Números do governo, historicamente mais baixos do que aqueles levantados pelo mercado, foram alvo de críticas nesta semana de integrantes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), após as exportações brasileiras superarem 50 milhões de sacas, volume apenas um pouco abaixo da previsão atual de safra da Conab para 2024, enquanto o Brasil tem um consumo de cerca de 20 milhões de sacas.
"A próxima safra de café em 2025 tem sido motivo de diversas considerações feitas com informações que confundem cada vez mais o mercado. Ora são otimistas e, em outras, extremamente negativas. Não gostamos do termo 'especulativo', no entanto, as considerações são feitas de uma forma em que o termo talvez seja o mais apropriado", comentou Brasileiro, em sua nota.
"São muitos achismos e considerações que levam informações de certa forma pejorativas, o que não é bom para os produtores, nem para os consumidores, e muito menos para o mercado."
O presidente do CNC disse ainda que o Brasil contará ainda com estoque de passagem de 2024 para atender os consumidores e importadores.
"Então, não existe café escondido e, sim, cafés remanescentes de safras anteriores", afirmou.
Ele ressaltou que o número recorde de exportação pelo Brasil ocorreu não apenas pela qualidade do café brasileiro, mas também por uma antecipação de compras de europeus, antes de ser postergada em um ano a entrada em vigor do Regulamento da União Europeia sobre Produtos Livres de Desflorestação (EUDR), prevista inicialmente para o final de 2024.
Alguns agentes temiam que as nova regras gerassem algum tipo de problema para o importador europeu comprar o café brasileiro, o que levou à antecipação.
"Cabe ressaltar que tanto os países produtores/exportadores quanto o consumidor final não tinham informações suficientes de como seria a verificação da aplicação da legislação (europeia). Essa também é uma das razões."
Brasileiro observou também que outros grandes exportadores seguraram suas vendas, para "se protegeram com relação aos preços praticados, que eram baixos, e contribuíram para os preços praticados hoje, que são elevados".
(Por Roberto Samora)
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SAULO ANTONIO MELO SIQUEIRA Cássia - MG
Sério mesmo Brasileiro (?)? Onde estão estes estoques? No CNC? Ora, quanta bizarrice!