Importações de café da União Europeia estão mais lentas em 2025, indica análise da Hedgepoint
Dados da Comissão Europeia mostram um recuo acentuado dos embarques líquidos (importações - exportações) de Café nas duas últimas semanas de abril, porém, de forma geral, os volumes estão em mínimas históricas desde o início do ano. Com isso, apesar dos maiores embarques no início da safra 24/25 (Out/24-Set/25), o acumulado do ciclo está praticamente igual ao mesmo período de 23/24, uma safra que foi marcada por importações abaixo da média.
De acordo com a analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Laleska Moda, o desempenho Europeu traz algumas preocupações no médio prazo, uma vez que poderia ser um indicativo de um enfraquecimento da demanda. No entanto, para maior apuração deste fator, é necessário também avaliar a movimentação dos estoques da Federação Europeia de Café (ECF), com novos dados a serem divulgados no final de maio.
“Apesar da incerteza em relação à demanda, o atual movimento das importações europeias poderia estar refletindo a oferta mais apertada de café dos últimos meses, especialmente nos dois maiores exportadores de café do mundo, Brasil e Vietnã, o que também poderia levar a um deslocamento da demanda do bloco”, explica a analista.
“Os preços futuros do café seguem refletindo as incertezas em relação à oferta, com o contrato Julho do Arábica com um maior suporte ao redor dos 380 c/lb, à medida que a colheita da safra 25/26 no Brasil ainda está em seus estágios iniciais e a oferta em outros players, como o Vietnã, é limitada”, complementa.
Além disso, segundo a analista, após embarques elevados em 2024, os estoques brasileiros de café recuaram com força no fim do ano passado, com a maior parte da safra 24/25 já comercializada, o que tem limitado a oferta do país no mercado global. “Do lado das importações da UE, também é valido lembrar que, com a forte alta dos preços do café a partir de dezembro de 2024 e dos custos de hedge, muitos traders e torrefadores reduziram suas negociações, à espera de menores preços, à medida que a colheita da safra 25/26 do Brasil ganha ritmo”, diz.
A Hedgepoint observa também uma tendência de queda de participação dos grãos brasileiros nas importações europeias a partir de janeiro. Fora o Brasil, os embarques do Vietnã também registraram volumes mais baixos nos últimos meses, refletindo os estoques menores, o atraso da colheita 24/25, iniciada em dezembro do ano passado, e a indisposição de produtores em vender o restante de sua mercadoria, especialmente após os preços tanto do Arábica quanto do Robusta atingirem níveis recordes no começo do ano.
Apesar da recuperação gradual das exportações do país asiático para a UE em 2025, conforme o avanço da colheita, os volumes ainda foram baixos para o período.
Esse movimento também foi refletido na participação do país nas importações da UE no acumulado da safra 24/25 (Out/24 - Abr/25). Com a menor disponibilidade vietnamita, a participação do Vietnã nas importações europeias caiu de 22,1% em 23/24 para apenas 15,0%. Isso também levou a um aumento da participação do Brasil na UE (apesar da redução em 2025), especialmente do lado do Conilon, além da elevação da Indonésia.
“Outra movimentação interessante foi o aumento do volume dos cafés da África Oriental, especialmente de Uganda (produtor de Robusta e Arábica) e da Etiópia (produtor de Arábica lavado), possivelmente em um movimento do bloco em busca de diversificação”, diz a analista.
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