Café: Bolsas de NY e Londres fecham 5ª feira com mais de 3% de baixa, apesar de preocupações com o clima
A semana tem sido bastante volátil para os preços do café nas bolsas internacionais e os futuros tanto do arábica, quanto do robusta despencaram nas bolsas de Nova York e Londres, respectivamente, apesar de fundamentos ainda positivos e cenários climáticos preocupantes nas nações que se configuram como as maiores produtoras globais de ambas as variedades.
Na Bolsa de Nova York, as perdas do arábica foram de 3,7% a 3,8%, e assim, o dezembro voltou a fechar o dia abaixo dos 400 cents de dólar por libra-peso, com 396,75 cents. Já o março foi a 379,05 e o maio a 365 cents/lb. O movimento foi reflexo, entre outros fatores, principalmente de um ajuste de posições e de uma realização de lucros.
O mercado convive com fundamentos que já conhece, porém, ainda sofre algumas inseguranças, ao passo em que monitora as relações geopolíticas, o comportamento da demanda e, principalmente, o clima no Brasil. E nesta toada, o dia é de realização de lucros.
"Nesta semana as temperaturas ficarão mais amenas sobre a maior parte das áreas produtoras de café, devido ao tempo mais instável, segundo a Climatempo. Na próxima semana um corredor de umidade deve se estabelecer sobre a metade norte do Brasil e o início da semana será marcado por chuvas mais significativas entre o Norte de Minas, Espírito Santo e interior da Bahia, enquanto no centro sul do país o ar seco volta a predominar por alguns dias. No entanto, a trégua da chuvas será curta e na segunda metade da próxima semana novos episódios voltam a atingir as áreas produtoras do centro-sul", informa o Escritório Carvalhaes.
E o analista de mercado da consultoria, Eduardo Carvalhaes, afirma que os fundamentos permanecem inalterados e deverão ainda seguir assim por um tempo considerável.
No mercado de Londres, os futuros do robusta também cederam, apesar das preocupações com o tufão Kalmaegi, que passou pelas Filipinas e chegou ao Vietnã nesta quinta-feira. As previsões já vinham apontando o deslocamento do tufão e áreas de café devem ser afetadas.
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No entanto, segundo analistas e consultores internacionais, o mercado cedeu diante do aumento de 55% nas exportações vietnamitas de café em outubro em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados reportados pela Alfândega do Vietnã, buscando equilibrar as notícias novas que impactam as cotações.
No pregão desta quinta-feira, as cotações do robusta fecharam o pregão em Londres perdendo entre US$ 152,00 e US$ 156,00 por tonelada. O novembro encerrou o dia com US$ 4544,00, o janeiro com US$ 4530,00 e o março com US$ 4458,00 por tonelada.
MERCADO BRASILEIRO
O dólar voltou a cair frente ao real nesta sessão e ajudou a pressionar, junto da despencada nas bolsas, os preços do café no mercado brasileiro, que chegaram a perder até 4% em algumas praças de comercialização.
Para o arábica tipo 6 bebida dura, as perdas foram de 1,75% a 4,2%, como foi o caso da praça de Campos Gerais, em Minas Gerais, com referência na Coopercam. Para o cereja descascado, as quedas foram um pouco mais amenas, mas ainda assim os valores cederam e se destacou na baixa a região de Varginha, também em Minas, com perda de 3,9% para R$ 2450,00 por saca.
"O volume de vendas continua abaixo do usual para esta época do ano. Os vendedores recusam boa parte das ofertas. As fortes e rápidas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres dificultam a formação de preços e o fechamento de um volume maior de negócios. Há interesse comprador para todos os padrões de café", relata o diretor do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.