Com consumo nacional tendo leve recuo, setor do café aposta em diversificação de produtos e penetração de mercado pelo país
Mesmo diante de um leve recuo no consumo nacional de café neste ano, o presidente do Grupo 3Corações, Pedro Lima, mantém uma visão otimista para o setor. Segundo ele, a estabilidade de preços e a resiliência do consumidor brasileiro mostram que o café segue consolidado como parte essencial da rotina do país.
“Tivemos uma ligeira desaceleração em volume, mas o brasileiro continua fiel ao café. É um hábito cultural muito forte, e o que vemos é uma mudança no perfil de consumo, com mais interesse por qualidade e novas experiências”, afirmou.
Dentro desse movimento, Lima destaca o crescimento do segmento de cafés especiais e a busca constante da empresa por inovação e diversificação de produtos.
“O consumidor quer provar novas origens, novos sabores e formas diferentes de preparo. Isso abre espaço para novas categorias e também para o avanço dos cafés de origem controlada, como os microlotes e os blends especiais”, explicou.
A 3Corações tem apostado na expansão de portfólio e na ampliação da presença em cidades menores, levando produtos de maior valor agregado para novos públicos.
“Hoje conseguimos chegar com cafés especiais e cápsulas em regiões onde antes só havia consumo do café tradicional. Essa capilaridade é importante para democratizar o acesso à qualidade”, observou.
O presidente também ressaltou o compromisso da companhia com a sustentabilidade e o fortalecimento de novas origens produtoras. Iniciativas como o projeto Tribos, desenvolvido na Amazônia, têm contribuído para valorizar comunidades locais e produzir cafés robustas amazônicos com qualidade superior.
Segundo Lima, o potencial da região é extraordinário e pode colocar o Brasil em nova posição no mercado global.
“A Amazônia pode ser o grande diferencial do café brasileiro. Temos terras, conhecimento e produtores comprometidos com qualidade e sustentabilidade — e podemos, sim, ultrapassar o Vietnã em robustas de qualidade”, afirmou.
Para ele, o futuro do setor passa por essa combinação entre diversificação, sustentabilidade e inovação, reforçando a importância do café como símbolo da cultura e da economia brasileira.