Perspectiva de melhor oferta global com adiamento da EUDR mantém preços do café em queda no fechamento desta 2ª feira (01)
Os preços do café se consolidaram em baixa no fechamento da sessão desta segunda-feira (01). Segundo o Barchart, a perspectiva de melhor oferta de café está pressionando os preços após o Parlamento Europeu ter aprovado, na última quarta-feira (26), um adiamento de um ano da lei de combate ao desmatamento, mantendo a oferta do grão em níveis satisfatórios. "O regulamento da UE, conhecido como EUDR, visa combater o desmatamento em países cujas importações para a UE incluem commodities essenciais como café, soja e cacau. O adiamento permitirá que os países da UE continuem importando produtos agrícolas de regiões da África, Indonésia e América do Sul onde ocorre desmatamento", completa ainda o portal.
De acordo com boletim do Escritório Carvalhaes, os fundamentos do mercado permanecem os mesmos: as incertezas climáticas que seguem afetando a produção no Brasil e nos demais países produtores, e os baixos estoques globais. "Temos o Brasil, maior produtor e exportador mundial (além de segundo maior consumidor) sem estoques remanescentes, tendo colhido em 2025 uma safra menor do que a projetada inicialmente, e nossas regiões produtoras já sofreram este ano com diversos problemas climáticos, diminuindo assim as expectativas para produção em 2026", completa o documento.
Para o engenheiro agrônomo e consultor em cafeicultura, Jonas Leme Ferraresso, as altas temperaturas registradas nos últimos dias nas principais áreas cafeeiras do Brasil trazem preocupação sobre o pegamento da florada. O agrônomo aponta que várias lavouras já apresentam rosetas dispersas e deformidade dos frutos.
O Climatempo aponta que Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do Brasil, recebeu 20,4 mm de chuva na semana encerrada em 28 de novembro, o que representa 39% da média histórica.
Os futuros do robusta estão pressionados pelo clima adverso no Vietnã, que coloca em risco a perspectiva de uma safra/25 recorde dos últimos 4 anos no país asiático, projetada por autoridades locais. Relatório da Pine Agronegócios destaca que sobre o cenário do Vietnã, a consultoria tem contatos que estão visitando as áreas e entendendo o tamanho do impacto nas regiões afetadas por fortes chuvas e tufões,e as informações preliminares são de que essas áreas são as que já eram sensíveis a esse fato e que o dano para safra 26/27 será severo, contudo, são áreas pequenas quando comparado ao parque cafeeiro.
Em NY, o arábica fecha o dia com recuo de 150 pontos nos vencimentos de dezembro/25 e março/26 no valor de 411,50 cents/lbp e 379,70 cents/lbp, e uma baixa de 155 pontos negociado por 362,45 cents/lbp no de maio/26.
Já o robusta registra queda de US$ 93 no valor de US$ 4,472/tonelada no contrato de janeiro/26, uma perda de US$ 75 cotado por US$ 4,338/tonelada no de março/26, e uma desvalorização de US$ 72 no valor de US$ 4,263/tonelada no de maio/26.
Mercado Interno
De acordo com o analista de mercado da Archer Consulting, Marcelo Moreira, o mercado interno continua firme com os produtores vendendo o mínimo necessário para pagar as contas. "Muitos agora deverão aguardar a virada do ano para realizar novas vendas e administrar os balanços e jogar o lucro/resultado para o ano que vem, evitando assim incidência do imposto de renda nos seus livros", explicou ainda o analista.
Nas áreas monitoradas pelo NA houve pouca movimentação, e o Café Arábica Tipo 6 encerra com baixa de 1,69% em Machado/MG no valor de R$ 2.330,00/saca, e uma queda de 1,29% em Campos Gerais/MG no valor de R$ 2.295,00/saca. Já o Cereja Descascado registra perda de 1,26% em Campos Gerais/MG cotado por R$ 2.355,00/saca, e uma queda de 0,85% em Guaxupé/MG no valor de R$ 2.232,00/saca.