Perspectiva de melhor oferta global com adiamento da EUDR mantém preços do café em queda no fechamento desta 2ª feira (01)

Publicado em 01/12/2025 17:18 e atualizado em 01/12/2025 17:58
Mercado segue monitorando o clima nos principais países produtores

Os preços do café se consolidaram em baixa no fechamento da sessão desta segunda-feira (01). Segundo o Barchart, a perspectiva de melhor oferta de café está pressionando os preços após o Parlamento Europeu ter aprovado, na última quarta-feira (26), um adiamento de um ano da lei de combate ao desmatamento, mantendo a oferta do grão em níveis satisfatórios. "O regulamento da UE, conhecido como EUDR, visa combater o desmatamento em países cujas importações para a UE incluem commodities essenciais como café, soja e cacau. O adiamento permitirá que os países da UE continuem importando produtos agrícolas de regiões da África, Indonésia e América do Sul onde ocorre desmatamento", completa ainda o portal.

De acordo com boletim do Escritório Carvalhaes, os fundamentos do mercado permanecem os mesmos: as incertezas climáticas que seguem afetando a produção no Brasil e nos demais países produtores, e os baixos estoques globais. "Temos o Brasil, maior produtor e exportador mundial (além de segundo maior consumidor) sem estoques remanescentes, tendo colhido em 2025 uma safra menor do que a projetada inicialmente, e nossas regiões produtoras já sofreram este ano com diversos problemas climáticos, diminuindo assim as expectativas para produção em 2026", completa o documento.

Para o engenheiro agrônomo e consultor em cafeicultura, Jonas Leme Ferraresso, as altas temperaturas registradas nos últimos dias nas principais áreas cafeeiras do Brasil trazem preocupação sobre o pegamento da florada. O agrônomo aponta que várias lavouras já apresentam rosetas dispersas e deformidade dos frutos.

O Climatempo aponta que Minas Gerais, a maior região produtora de arábica do Brasil, recebeu 20,4 mm de chuva na semana encerrada em 28 de novembro, o que representa 39% da média histórica.  

Os futuros do robusta estão pressionados pelo clima adverso no Vietnã, que coloca em risco a perspectiva de uma safra/25 recorde dos últimos 4 anos no país asiático, projetada por autoridades locais. Relatório da Pine Agronegócios destaca que sobre o cenário do Vietnã, a consultoria tem contatos que estão visitando as áreas e entendendo o tamanho do impacto nas regiões afetadas por fortes chuvas e tufões,e as informações preliminares são de que essas áreas são as que já eram sensíveis a esse fato e que o dano para safra 26/27 será severo, contudo, são áreas pequenas quando comparado ao parque cafeeiro.  

Em NY, o arábica fecha o dia com recuo de 150 pontos nos vencimentos de dezembro/25 e março/26 no valor de 411,50 cents/lbp e 379,70 cents/lbp, e uma baixa de 155 pontos negociado por 362,45 cents/lbp no de maio/26.

Já o robusta registra queda de US$ 93 no valor de US$ 4,472/tonelada no contrato de janeiro/26, uma perda de US$ 75 cotado por US$ 4,338/tonelada no de março/26, e uma desvalorização de US$ 72 no valor de US$ 4,263/tonelada no de maio/26.

Mercado Interno

De acordo com o analista de mercado da Archer Consulting, Marcelo Moreira, o mercado interno continua firme com os produtores vendendo o mínimo necessário para pagar as contas. "Muitos agora deverão aguardar a virada do ano para realizar novas vendas e administrar os balanços e jogar o lucro/resultado para o ano que vem, evitando assim incidência do imposto de renda nos seus livros", explicou ainda o analista.

Nas áreas monitoradas pelo NA houve pouca movimentação, e o Café Arábica Tipo 6 encerra com baixa de 1,69% em Machado/MG no valor de R$ 2.330,00/saca, e uma queda de 1,29% em Campos Gerais/MG no valor de R$ 2.295,00/saca. Já o Cereja Descascado registra perda de 1,26% em Campos Gerais/MG cotado por R$ 2.355,00/saca, e uma queda de 0,85% em Guaxupé/MG no valor de R$ 2.232,00/saca. 
 

Por: Raphaela Ribeiro
Fonte: Notícias Agrícolas

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