Café: Empresas deverão seguir padrão de qualidade na venda

Publicado em 27/05/2010 11:32

O governo vai exigir padrão mínimo de qualidade para o café vendido no mercado interno. Empresas que venderem café com impurezas e fora dos padrões determinados pelo Ministério da Agricultura serão multadas e terão a mercadoria recolhida por fiscais. <?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

A medida faz parte de uma ofensiva para acabar com a imagem difundida junto aos consumidores de que o melhor café produzido no Brasil vai para o exterior e o ruim é vendido no País. As mudanças poderão levar a aumento de preços de algumas marcas que vendem café mais barato, mas com alto teor de impurezas, como palha e milho.

Ao anunciar na segunda-feira, 24, o programa "Qualidade Global" para a bebida – a segunda mais consumida no Brasil atrás da água –, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, também prometeu para breve medidas de apoio ao setor cafeeiro para resgatar no exterior o "respeito" pelo café brasileiro que, segundo ele, foi "adulterado" por campanhas de marketing bem sucedidas de outros países produtores.

Rossi criticou diretamente a Colômbia, por vender café com nome colombiano, mas misturado ao brasileiro. "Temos de recuperar aquilo que é nosso de verdade. É feito lá um blend e reexportado como se fosse café colombiano para ter um over-price no mercado internacional . Isso é muito ruim", atacou. Para ele, as novas regras representam um marco para a indústria nacional e vão garantir um café de melhor qualidade na mesa do brasileiro. "Quem tem o melhor café do mundo não pode ter o mito que o bom café vai embora e aqui fica o ruim. Isso não é verdade".

As mudanças entrarão em vigor em fevereiro. Até lá, as empresas terão de se adequar aos padrões de pureza, umidade, acidez, adstringência e critérios de avaliação sensorial do café, como aroma, sabor, fragrância e sabor residual.

Instrução Normativa da Agricultura será publicada na terça-feira no Diário Oficial com porcentuais exigidos. Para ser vendido, o produto deverá ter, no mínimo, nota igual ou superior a quatro pontos numa escala de zero a dez. Além disso, o café produzido no Brasil ou importado poderá ter, no máximo, 1% de impurezas. A presença de umidade no grão torrado ou moído não poderá ultrapassar 5%. Um profissional especializado fará a prova da xícara, que consiste na degustação do produto. O Brasil é o maior produtor e exportador de café.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), Almir José da Silva, o Brasil é o primeiro país a impor regras desse tipo e a elaborar um padrão de identidade e qualidade para a bebida, a exemplo do que os franceses fizerem para o vinho. "Os bons industriais serão premiados e os maus serão punidos", disse. A Abic adota há 20 anos selo de pureza e desde 2004 tem certificação de qualidade para seus associados.

Para o secretário de Produção do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, o café passará a ter preço justo ao inibir a concorrência desleal e forçar as empresas a oferecerem produto com um padrão de qualidade. "Eu não chamaria isso de aumento. É compatibilização de preço com a qualidade do produto". Segundo ele, empresas que oferecem café a preços aviltados por terem pior qualidade terão de se "enquadrar ou sumir do mercado".

 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Diário de Cuiabá

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário