Café sobe 5,8% nesta sexta-feira em N. York com retenção do robusta pelo Vietnã

Publicado em 11/06/2010 17:59
Com a decisão dos produtores de café do Vietnã em segurar as entregas para estimular os preços, houve um rali no mercado de café robusta em Londres. Essa disputa tirou as cotações do arábica do intervalo que vinham ocupando há quase cinco meses na bolsa ICE Futures US, em Nova York. A oferta apertada de grãos de maior qualidade estimulou o movimento. Os contratos em N. York com vencimento em julho saltaram 795 pontos ou 5,80% e fecharam a 144,95 cents/lb, acumulando alta de 7,85% na semana. Posição mais líquida, o contrato setembro fechou a 146,10 cents/lb, valorização de 755 pontos ou 5,45%.
O contrato julho registrou a máxima de 148,50 cents/lb durante a sessão, maior marca desde 16 de dezembro. Enquanto isso, na Liffe, o mesmo vencimento para o robusta saltou 5,91%, fechando a US$ 1.560/t. Registrou US$ 1.579/t, maior cotação desde 19 de outubro. Os preços do robusta saltaram 17% nesta semana, na medida em que especuladores cobriram posições vendidas. Há rumores de que o rali tenha se originado pela tentativa de uma grande trading ao cobrir posições vendidas. A queda contínua dos estoques de café na Liffe alimentou o movimento.
O rali desta sexta-feira foi uma continuidade da valorização desta semana. O fato de o café arábica ter rompido as máximas recentes na ICE acionou ordens automáticas de compra por fundos e traders técnicos. Especuladores também passaram a apostar na elevação dos preços, em meio a sinais de que a tendência do mercado mudou. Segundo o Rabobank, o café saiu das máximas no meio do dia, pressionado por vendas relacionadas às transações entre produtores e comerciantes antes da colheita.
"Trata-se de um despertador para o mercado de Nova York, que vem operando no intervalo", disse o analista Luis Rangel, vice-presidente de derivativos de commodities da Icap North America. Desde meados de janeiro, os futuros seguiam presos em um espaço de 10 cents, sem notícias para direcionar o mercado.
O mercado encontra suporte perto dos 130 cents/lb, em virtude do pequeno volume de oferta de grãos de alta qualidade, após duas colheitas fracas na América Central e na Colômbia. Ao mesmo tempo, os futuros eram limitados sempre que se aproximavam dos 140 cents/lb, por causa da expectativa de grande safra no Brasil. De acordo com a ICE Futures US, o volume estimado de contratos negociados hoje foi de 110,57 mil lotes, além de 15,61 mil opções de compra e 10,34 mil opções de venda. 

No Brasil, o tipo 6 bebida dura teve preço de R$ 310,00 no mercado de Varginha para o café da safra atual, enquanto que cafés da safra nova girou em torna de R$ 290,00 por saca, mas com baixa comercialização. A alta repercutiu também nos cafés de menor qualidade, que tiveram valorização equivalente aos de melhor qualidade. A decisão dos produtores brasileiros em reter cafés de qualidade está provocando expectativa de altas, mesmo com as notícias de que o Brasil estará colhendo grande safra nesta temporada.


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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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