Café: Safra do Vietnã cresce com alta dos preços, mas custo da mão-de-obra preocupa
"Os preços estão influenciando a produção doméstica. Na safra 2005/06, a produção foi bem menor, ao redor de 15 milhões de sacas", afirma Jonathan Clark, diretor-geral da Dakman, exportadora de café do Vietnã. A maior colheita no país do Sudeste Asiático - segundo maior produtor e exportador do mundo, depois do Brasil - foi no ciclo 2006/07, quando foram produzidas 19,5 milhões de sacas de café.
Além do aumento da área plantada nos últimos anos - hoje são mais de 550 mil hectares -, os produtores do Vietnã também estão investindo na renovação dos cafezais. De acordo com Clark, os agricultores estão fazendo a enxertia de mudas novas nos troncos dos pés antigos para tentarem ter o mínimo de queda de produtividade nas lavouras.
Apesar de os preços internacionais estarem puxando a produção vietnamita, o baixo custo da mão-de-obra, até então um vantagem no país, já não está mais tão competitivo. "O preço da mão-de-obra tem subido rapidamente, ainda que a partir de níveis muito baixos. Esse aumento se dá, em média, entre 10% e 20% ao ano", diz Clark.
Um dos motivos que explicam o aumento do peso da mão-de-obra nos custos de produção do café vietnamita é o aumento da taxa de urbanização nos últimos anos. A chegada de grandes empresas ao país nos últimos anos transferiu os trabalhadores do campo para os grandes centros. Em dez anos, a população rural do Vietnã cresceu apenas 3% - pouco mais de 1,6 milhão de pessoas -, enquanto a população urbana deu um salto de 36% no mesmo período.