Café: Oferta apertada nas origens sustentaram fortes altas nesta semana

Publicado em 15/04/2011 17:59

Os sólidos fundamentos, a oferta apertada nas origens e a rolagem de posições de maio para julho, sustentaram mais uma semana de fortes altas nos contratos de café da ICE Futures US em Nova Iorque, levando novamente as cotações a se aproximarem dos três dólares por libra peso.

No Brasil, o físico apresentou-se firme, com muita disputa pelos poucos lotes de arábica de boa qualidade que chegaram ao mercado. O real, cada vez mais valorizado frente ao dólar, dificulta o desenvolvimento dos negócios.

Um estudo do banco Credit Suisse, divulgado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, revela que o peso das commodities nas exportações brasileiras atingiu 69,4% em 2010. Seis produtos – minério de ferro, petróleo, soja, açúcar, aço e celulose – foram responsáveis por 50% das exportações de US$ 201,9 bilhões em 2010. Até cinqüenta anos atrás este papel era exercido pela exportação de café, que sozinha era responsável por metade da receita cambial brasileira.

Esses números reforçam a análise que fizemos em nosso último boletim sobre os dados divulgados pela OIC – Organização Internacional do Café em seu relatório de março.

Em 2010, o Brasil, em sua longa história como exportador de café, iniciada por volta de 1742, bateu seu recorde, em volume e receita. Exportamos o maior volume de todos esses 268 anos e mesmo assim o café não ficou, em receita, entre as seis principais commodities exportadas em 2010. Esta impressionante perda de espaço do café na receita cambial brasileira, apesar de continuarmos no posto de maior exportador de café do mundo, deixa claro como nas últimas décadas os preços do café subiram pouco em relação aos de outras commodities.

Os baixos estoques de café em todo o mundo e a produção mundial crescendo menos que o consumo, não são reflexo apenas das mudanças climáticas. São conseqüência principalmente dos preços praticados por muitos anos no comércio internacional, mascarados até o ano passado pelos estoques internacionais. Com os estoques perigosamente baixos, o quadro ficou claro e os preços começaram a reagir. O agravamento dos problemas climáticos complica ainda mais o cenário.

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 4.232.153 em 31 de março de 2011. Uma alta de 104.360 sacas em relação às 4.127.793 sacas existentes em 28 de fevereiro de 2010.

Até o dia 14, os embarques de abril estavam em 745.143 sacas de café arábica, 134.180 sacas de café conillon, somando 879.323 sacas de café verde, e 65.092 sacas de solúvel, contra 745.651 sacas no mesmo dia de março. Até o dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 1.283.528 sacas, contra 1.054.154 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 15, subiu nos contratos para entrega em maio próximo, 1315 pontos ou US$ 17,39 (R$ 27,40) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 8 a R$ 572,47/saca e hoje, dia 15, a R$ 601,37/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 570 pontos.

 

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Fonte:
Escritório Carvalhaes

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