Brasil busca mecanizar pequeno cafeicultor para reduzir custos

Publicado em 06/05/2011 08:15
O governo brasileiro está estimulando a mecanização da colheita do café para produtores de pequeno porte, como maneira de viabilizar economicamente a atividade, que sofre com os elevados custos de mão-de-obra no país.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), responsável por políticas de crédito para pequenos agricultores, incluiu os primeiros dois modelos de máquinas de colher café entre os itens que podem ser financiados com linhas de crédito subsidiadas.

A intenção é reduzir pela metade os custos na colheita de café de pequenas propriedades agrícolas e elevar a lucratividade do agricultor, permitindo que ele continue com a atividade.

Os custos de mão-de-obra no Brasil subiram fortemente nos últimos anos, tanto nas faixas de menores ganhos, devido aos aumentos significativos do salário mínimo, como em outras faixas de remuneração, já que há pouca disponibilidade de trabalhadores qualificados em meio ao grande crescimento econômico

Segundo estudos do MDA, cerca de 75 por cento da produção de café no Brasil ocorre em propriedades de até 10 hectares, onde os gastos com a colheita manual giram em torno de 30 por cento do custo total de produção.

Com a adoção da mecanização na colheita, o ministério calcula que haveria uma redução desse gasto em 50 por cento, o que levaria a participação da colheita no custo total de produção a 15 por cento.
"A mecanização vai contribuir para a estabilização demográfica rural," afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, que mostrou os novos equipamentos durante a Agrishow, evento de tecnologia agrícola que acontece em Ribeirão Preto.

Também foi lançada uma linha de máquina para colher cana.

A urbanização no Brasil atingiu o maior nível da história em 2010 de acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que indicou que 84,4 por cento dos habitantes vivem em cidades. Nos anos 60, apenas 45 por cento dos brasileiros viviam nas cidades.

Há preocupação no governo em viabilizar economicamente os pequenos agricultores e evitar que eles deixem a área rural em direção às cidades.

As colhedoras fazem parte de um catálogo com 4 mil itens que podem ser financiados com juros de 2 por cento ao ano e carência de 3 anos para iniciar os pagamentos das parcelas.

Limites individuais de financiamento ficam em 150 mil reais, mas as colhedoras, que possuem custos próximos de 400 mil reais, podem ser compradas por consórcios de produtores, que vão se alternar no uso do equipamento.

O governo brasileiro disponibilizou na safra 2010/11 cerca de 5 bilhões de reais nesse programa de compra de equipamentos, chamado Mais Alimentos, e segundo Florence esse valor poderá dobrar para a próxima safra.

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Fonte:
Reuters

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