Café: fundamentos permanecem sólidos, apontando para um aperto na oferta mundial

Publicado em 28/10/2011 16:46
Análise semanal do Escritório Carvalhaes, de Santos - SP
As bolsas de café trabalharam em baixa esta semana, acompanhando o pessimismo dos mercados com a crise na zona do euro nos dias que antecederam a reunião dos líderes europeus, ontem, em Bruxelas. O anúncio do novo plano europeu de controle da crise, um amplo pacote de medidas, animou os operadores e os mercados financeiros globais, apesar de ainda não se saber como o plano vai funcionar e se seu alcance será suficiente.

A cotação do dólar frente ao real também oscilou bastante, mas o mercado físico brasileiro de café não se alterou. Os preços permaneceram praticamente estáveis, com um volume maior de negócios nos dias em que a combinação entre as cotações no mercado futuro e o valor do real frente ao dólar se mostrou favorável. Permanece o interesse comprador para todos os tipos de café e os lotes que chegam ao mercado sempre encontram interessados, mas os vendedores recuam frente a qualquer pressão sobre os preços.

Cresce o número de analistas apostando em queda nos preços do café nos próximos meses. Excluindo a possibilidade de um sério agravamento na crise econômica global, não conseguimos entender esta linha de raciocínio. Os números e gráficos da OIC – Organização Internacional do Café mostram que os estoques mundiais são perigosamente baixos e que, na última década, os preços em dólar, quando deflacionados, não indicam valorização.

Os fundamentos permanecem sólidos e apontando para um aperto na oferta. As chuvas continuam prejudicando as colheitas na Colômbia e América Central. Os estoques de café certificado nas bolsas de São Paulo e Nova Iorque estão em queda e em um nível preocupante. O preço do café nestas bolsas está abaixo do praticado no mercado físico, o que leva os operadores a não apresentarem lotes para certificação e as indústrias a tentarem se abastecer com cafés certificados.

Este mês o mundo chegou a sete bilhões de habitantes e sua população vai continuar a subir, o que significa milhares de pessoas a mais por dia para alimentar (colocamos no clipping de nosso site o artigo “Nos Limites da Terra”, que recomendamos a leitura). A pressão por terras para produzir alimentos cresce ano após ano e se os preços do café não permanecerem atrativos, veremos a migração para outras culturas como aconteceu no Estado de São Paulo, onde grande parte dos cafezais foi substituída por cana de açúcar e laranjais.

Até o dia 27, os embarques de outubro estavam em 1.950.113 sacas de café arábica, 170.780 sacas de café conillon, somando 2.120.893 sacas de café verde, mais 134.231 sacas de solúvel, contra 2.012.083 sacas no mesmo dia de setembro Até o dia 27, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 2.877.876 sacas, contra 2.488.861 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 21, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 28, caiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 970 pontos ou US$ 12,83 (R$ 21,53) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 21 a R$ 576,20/saca e hoje, dia 28, a R$ 521,95/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 55 pontos.

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Escritório Carvalhaes

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