Mercado do boi firme em janeiro; frango e suíno vivo encerram mais uma semana de baixas

Publicado em 18/01/2016 07:33

Boi Gordo: Mercado tem oferta de preços acima da referência e boiadas restritas

Por Hyberville Neto, Médico veterinário, da Scot Consultoria

A oferta de boiadas terminadas foi restrita nos últimos dias em São Paulo, o que encurtou as escalas de abate no estado. As programações atendem, em média, quatro dias, mas há indústrias mais apertadas.

Há ofertas de compra acima da referência. 

Ao longo da semana houve redução das cotações no mercado atacadista de carne, tanto para as carcaças, como para a carne sem osso.

Em Mato Grosso do Sul as chuvas têm atrapalhado os embarques e o transporte de animais. Houve valorização para o boi gordo na região de Dourados. 

Na região de Goiânia há empresas se abastecendo mais intensamente com fêmeas, negociando em valores acima da referência para a categoria. 

Para os próximos dias a expectativa é de demanda mais fraca, mas oferta ainda restrita de boiadas.

Frango Vivo: Semana encerra com baixa de preços em SP e GO

Por Sandy Quintans

Nesta sexta-feira (15), as cotações para o frango vivo encerraram estáveis nas principais praças de comercialização, após uma semana de baixa de preços. O mercado tem enfrentado dificuldades com os aumentos nos custos de produção e a demanda enfraquecida – mesmo em o período de recebimento de salários e preços altos das proteínas concorrentes. Com isso, São Paulo e Goiás  encerram a semana com baixa de referências.

De acordo com levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior baixa aconteceu em Goiás. Por lá, as cotações cederam 5% e o vivo passou de R$ 3,00/kg para R$ 2,85/kg. Já na praça paulista, as baixas foram de 3,45%, e após ter chegado aos R$ 3,10/kg no mês de dezembro, passou a ser cotado a R$ 2,80/kg no fim desta primeira quinzena de janeiro. Veja no gráfico:

Na última semana, foram registradas diversas baixas de preços em Minas Gerais, de acordo com dados fornecidos pela Avimig (Associação dos Avicultores de Minas Gerais). Já na última segunda-feira (11), as cotações no estado tiveram recuperação de R$ 0,05 e o vivo passou a ser negociado a R$ 2,90 pelo quilo.

Segundo o boletim do Cepea, as baixas para o frango vivo são reflexos dos preços praticados para os pintainhos de corte e a redução da oferta de ovos para a incubação – pelo aumento nos custos de produção que desestimularam os avicultores. “Por outro lado, as cotações do frango vivo e da carne têm caído, pressionadas justamente pelo maior volume disponível nesses dois elos da cadeia. Nem mesmo o típico aumento da demanda em início de mês (salários) e os altos patamares de preços da carne bovina evitaram os recuos nas cotações do vivo e da carne”, apontam os pesquisadores.

Custos de produção

Os custos de produção passaram a ser uma das maiores preocupações para o setor neste início de 2016. Com o volume recorde para as exportações de milho – favorecidos pela alta do dólar -, avicultores têm enfrentado diversas altas para o insumo. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da APA (Associação Paulista dos Avicultores), Érico Pozzer, aponta que em algumas regiões a saca é negociada em até R$ 45.

"Em função de uma safra de verão um pouco menor o mercado fica especulado, e com uma grande contribuição das exportações que estão pagando um preço bastante elevado", explica Pozzer. Com isso, em São Paulo, os custos de produção aos independentes estão girando em torno de R$ 2,60 a R$ 2,70 pelo quilo – com uma referência de negócios em R$ 2,80/kg.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) também aponta a preocupação com alta das duas últimas semanas para o cereal e já prevê aumento de preços para as carnes de aves, suínos e também para ovos. O presidente da divisão de aves da ABPA, Ricardo Santin, conversou com o Notícias Agrícolas, e apontou que estão tomando providencias junto ao governo.

A associação acredita que a importação de países do Mercosul -  como Paraguai, Argentina e Uruguai -  possa ser uma opção para que não traga maiores prejuízos ao setor e ao consumidor final. “A primeira safra é insuficiente para atender a demanda interna, ainda mais com a exportação aquecida. A escassez de produto disponível e o custo do transporte para trazê-lo do Centro-Oeste criam dificuldades até para manter os mesmo níveis de produção na avicultura e na suinocultura, que estão gradativamente sendo reduzidos”, aponta o presidente da ABPA, Francisco Turra.

Exportações

Na última segunda-feira (11), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) trouxe números parciais de embarques em janeiro para carne de frango in natura. Em cinco dias úteis foram exportados 66,4 mil toneladas, com média diária de 13,3 mil toneladas. Em receita, a soma é de US$ 91,0 milhões.

Suíno Vivo: Semana encerra negativa em grande parte das praças de comercialização

Por Sandy Quintans

Nesta sexta-feira (15), os preços para o suíno vivo encerraram o dia em baixa. Em Santa Catarina, a bolsa de suínos definiu referência em R$ 3,45/kg – que antes estava em R$ 3,70/kg. A região não é a única a encerrar a semana com preços menores, visto que em Rio Grande do Sul houve nova baixa de preços nos últimos dias.

A pesquisa semanal realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou para uma queda de R$ 0,08 nos preços médios pagos aos suinocultores independentes. Com isso, a referência do estado gaúcho passa de R$ 3,71/kg para R$ 3,63/kg. Para os produtores integrados, a média de preços também teve uma baixa e passa a ser de R$ 3,05 pelo quilo. Por outro lado, as cotações médias para o milho e farelo de soja tiveram aumento e são negociados, respectivamente, a R$ 33,50 pela saca e R$ 1.285,00 por tonelada.

Já em São Paulo, a bolsa de suínos definiu referência estável entre R$ 78 e R$ 80/@ - o mesmo que R$ 4,16 a R$ 4,27/Kg. Há algumas semanas a praça registra manutenção de preços.

Em Minas Gerais, também houve estabilidade na referência nesta semana, visto que novamente não houve acordo entre suinocultores e frigoríficos. De acordo com informações da Asemg (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), os produtores esperam crescimento na comercialização para os próximos dias, além de citarem que o peso dos animais está abaixo. Frigoríficos estão alegando a dificuldade para repassar valores.

O levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, mostra que na semana, a maior baixa registrada foi em Santa Catarina, com um decréscimo de 6,76%. Já no Rio Grande do Sul, houve a queda de 5,71% nos últimos dias. Além destas regiões, a BRF e a Aurora, em Santa Catarina, também registraram queda nos preços pagos aos suinocultores integrados. Veja no gráfico:

De acordo com o Cepea, os atuais patamares de preços são os menores desde 2012, refletindo uma demanda enfraquecida após o período de festas e as dificuldades econômicas do Brasil. “Como resultado, já estaria havendo algum excedente de oferta. Nem o bom ritmo das exportações tem sido suficientes para cessar as quedas de preços do vivo que persistem desde meados de dezembro”, apontam os pesquisadores.

Custos de produção

Os custos de produção passaram a ser uma das maiores preocupações para o setor neste início de 2016. Com o volume recorde para as exportações de milho – favorecidos pela alta do dólar -, avicultores têm enfrentado diversas altas para o insumo e dificuldades para a adquirir o cereal. 

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, O presidente da divisão de aves da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, aponta que em algumas regiões a aumento do valor da saca chega em até 20%, apenas nas duas últimas semanas. Com isso, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) aponta que deve haver um aumento de preços para as carnes de aves e suínos e também para ovos.

A associação acredita que a importação de países do Mercosul -  como Paraguai, Argentina e Uruguai -  possa ser uma opção para que não haja maiores prejuízos ao setor e ao consumidor final. “A primeira safra é insuficiente para atender a demanda interna, ainda mais com a exportação aquecida. A escassez de produto disponível e o custo do transporte para trazê-lo do Centro-Oeste criam dificuldades até para manter os mesmo níveis de produção na avicultura e na suinocultura, que estão gradativamente sendo reduzidos”, aponta o presidente da ABPA, Francisco Turra.

Em Santa Catarina, os custos de produção estão acima da atual referência praticada, segundo o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi. Atualmente, há negócios entre R$ 3,40 e 3,50 por quilo para os independentes, enquanto os custos de produção giram em torno de R$ 3,70/kg.

Já no Rio Grande do Sul, os custos estão muito próximos da referência. Em entrevista ao Notícias Agrícolas na última semana, o presidente da ACSURS, Valdecir Folador, apontou para um início de ano com pressão nas cotações e custos de produção mais altos. “Hoje o custo de produção já gira em torno de R$ 3,20 a R$ 3,00 o quilo, então o produtor acaba ficando com a margem bastante apertada", declara Folador.

Exportações

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou nesta tarde, números parciais de embarques para o mês de janeiro para a carne suína in natura. Em cinco dias úteis, 10,8 mil toneladas, em uma média diária de 2,2 mil toneladas. Em receita, os embarques somam US$ 19,8 milhões.

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Fonte:
Notícias Agrícolas + Scot

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