Pouca movimentação impede valorização nos mercados do frango e suíno vivo

Publicado em 21/09/2016 08:07

Boi Gordo: Oferta restrita de animais terminados exerce pressão de alta no mercado

Por Felippe Reis, zootecnista da Scot Consultoria

Ao contrário do observado no mês anterior, setembro tem sido marcado pela retomada de preços no mercado do boi gordo na maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria.

Nessa terça-feira, das trinta e uma praças pesquisadas, houve valorização em nove.

A melhora das margens das indústrias colabora com este cenário, uma vez que permite pagamentos maiores pela arroba dos animais terminados.

No mercado atacadista de carne com osso, a oferta restrita e o enxugamento dos estoques têm resultado em valorizações da carne no mercado.

O boi casado de animais castrados está cotado em R$10,27/kg. Na comparação com o início deste mês houve alta de 9,3%.

Para curto e médio prazos a perspectiva é de pressão de alta no mercado.

Frango Vivo: Cotações voltam a fechar o dia com estabilidade nesta 3ª feira

Por Sandy Quintans

As cotações para o frango vivo voltaram a encerrar estáveis nesta terça-feira (21). Com isso, o mercado não registra mudanças de preços desde o final de agosto, quando os preços foram pressionados pela demanda enfraquecida do período. Em São Paulo, a referência está em R$ 3,10/kg e em Minas Gerais em R$ 3,30/kg.

O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explica que o cenário acabou frustrando o mercado, que esperava altas. Por outro lado, com a entrada da segunda quinzena do mês – quando o consumo das proteínas é menor –, a pouca movimentação nas cotações é normal. 

Com a situação nos custos de produção, a necessidade de reajustes positivos é necessária para recuperar margens. Para Iglesias, um dos fatores que tem contribuído para o cenário é a questão da oferta de animais em algumas regiões. “Essa teoria ganha corpo observando os alojamentos do primeiro semestre que foram bastante elevados”, frisou.

Por outro lado, os problemas relacionados com a escassez de milho no cenário doméstico têm trazido perspectivas mais positivas para os preços. Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a situação deve proporcionar redução na produção neste segundo semestre, segundo levantamento realizado por agroindústrias do setor. Com isso, a demanda pelo cereal deve ser reduzida em mais de 1 milhão de toneladas.

“A perspectiva positiva sobre o abastecimento de milho também é influenciada pela oferta do cereal nos silos paraguaios e argentinos, além do bom desempenho da Primeira Safra, especialmente nos estados do Sul, que concentram 70% da produção de carne de frango e 80% da produção de carne suína. Para os dois setores, entretanto, é indispensável que seja viabilizada a importação de milho dos Estados Unidos para o Brasil. Com isto, a escassez que enfrentamos no primeiro semestre não deverá se repetir”, afirma o presidente da ABPA, Francisco Turra. 

Suíno Vivo: Após altas em SP e RS, praças de comercialização definem cotações estáveis nesta 3ª feira

Por Sandy Quintans

Nesta terça-feira (20), as cotações para o suíno vivo fecharam estáveis nas principais praças de comercialização. Após as altas registradas em São Paulo e Rio Grande do Sul para esta semana, os estados de Minas Gerais e Santa Catarina definiram manutenção de preços para os próximos dias.

Com isso, a bolsa de suínos mineira definiu referência em R$ 4,20/kg, com validade até a próxima segunda-feira, quando uma nova reunião deve ocorrer. Já em Santa Catarina, as cotações permanecem em R$ 3,80/kg.

O presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, explica que as perspectivas de recuperação para a praça estão distantes, visto que os atuais patamares de preços estão abaixo dos custos de produção.

“Muitos estão deixando a atividade por não enxergarem um horizonte promissor. Isso preocupa muito o setor, principalmente em Santa Catarina, que é o maior produtor e exortador da proteína. Temos dificuldades em formar sucessores na atividade por conta dessa instabilidade financeira e a falta de políticas públicas para o meio rural”, desabafa.

O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, explica que a demanda ficou abaixo das expectativas dos frigoríficos nesta quinzena, por isso, o mercado registrou pouca movimentação de preços nos últimos dias. Com isso, a situação para o mercado ainda é de atenção.

O analista de mercado, Fabiano Coser, explica que a situação politica e econômica do país tem afetado o consumo da proteína diretamente e nem mesmo os embarques positivos tem conseguido dar fôlego ao mercado. “Mesmo com o excelente desempenho no mercado internacional, a recessão da economia brasileira não tem permitido maiores ganhos nas cotações do animal vivo”, explica.

Fonte: Notícias Agrícolas + Scot

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