SC: Indústria da carne perde US$ 260 milhões neste ano em consequência da "Operação Carne Fraca"

Publicado em 28/03/2017 16:44

Com a suspensão dos embargos à carne brasileira, imposta por mercados mundiais depois da deflagração da “Operação Carne Fraca” da Polícia Federal, as indústrias do setor desenvolvem intensos esforços para recuperar o terreno perdido.

Os prejuízos são imensos e irreversíveis e, até o fim do ano, devem atingir 1 bilhão de dólares na esfera nacional, dos quais 260 milhões de dólares serão amargados pelas agroindústrias catarinenses, de acordo com o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e diretor do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (SINDICARNE) José Antônio Ribas Júnior. Essa cifra refere-se a queda nas receitas totais das empresas com o mercado interno e o mercado mundial. O mercado doméstico é prioridade das indústrias, pois absorve 80% da produção de todas as carnes.

Do dia 17 (data da opeação da PF) até esta semana, os prejuizos parciais já são avaliados em 200 milhões de dólares no plano brasileiro e em 40 milhões de dólaresem Santa Catarina.

A queda nas exportações, que atingiu 99% nos primeiros dias, recuou para 19% nesta semana e deve entrar em lenta marcha de recuperação até dezembro. Mesmo assim, em razão do volume, as perdas no ano atingirão uma cifra bilionária.

China, Hong Kong, Egito, Chile e outros países retiraram as restrições, mas, o mercado ainda não retornou à normalidade. “Uma coisa é o país suspender o embargo, outra é voltar a comprar”, assinala o dirigente.

No primeiro semestre deste ano a redução das exportações será mais acentuada e o ano deve encerar com queda de 10% em faturamento e de 5% a 6% em volume. Acadeia da avicultura industrial catarinense responde por 26% da exportação brasileira.

Ribas destacou a segurança da indústria de processamento de carne. Enalteceu o papel do SIF (serviço de inspeção federal) e destacou que as plantas habilitadas a exportar recebem, a cada ano, cerca de 200 inspeções técnicas de missões estrangeiras.

Asseverou que Santa Catarina produz a melhor e a mais segura carne do planeta. As indústrias são as mais modernas e as condições sanitárias são as mais qualificadas, livre de febre aftosa sem vacinação e de outras doenças. “Ninguém vende para 150 países se não tiver qualidade e segurança”, enfatizou. Lembrou que, das 21 plantas brasileiras indiciadas pela Polícia Federal na operação Carne Fraca, apenas seis estavam vendendo ao mercado externo.

Os mercados não serão retomados automaticamente e exigirão muitos esforços das empresas e do governo. Os embarques não realizados e os preços impactados negativamente (muitos países importadores barganham redução em razão do desgaste que o episódio provocou) determinarão a queda de receita. Por isso, haverá uma fase de ajustes no setor produtivo e, possivelmente, muitas indústrias reduzirão o rítmo de produção e algumas darão férias coletivas.

O presidente da ACAV elogiou a atuação do ministro Blairo Maggi na defesa do setor.

Tags:

Fonte: MB Comunicação

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Abiec diz que lançamento do Protocolo do Cerrado reforça meta da entidade de fomentar monitoramento na compra de gado no Brasil
Primeiro trimestre registrou expressivo crescimento nas exportações brasileiras de peixe de cultivo
Mapa publica portaria para o processamento de produtos de origem animal de acordo com preceitos religiosos
Brasil regula abate e processamento de animais para mercado religioso
Lula e Fávaro destacam ampliação das oportunidades do Brasil no comércio exterior